novo chanceler alemão alertou o Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) que é preciso negociar as tarifas à União Europeia (UE) com todos os países, considerando que "já se sentem" as consequências para a economia norte-americana.

"O melhor cenário era tarifas zero para tudo", admitiu Friedrich Merz, durante uma conferência de imprensa conjunta com o presidente do Conselho Europeu, o português António Costa, em Bruxelas, na Bélgica.

O chanceler alemão, que iniciou funções há três dias, conversou com o Presidente dos EUA, Donald Trump, na quinta-feira, e além da Ucrânia abordaram as tarifas que Washington anunciou para o bloco comunitário.

Friedrich Merz advertiu a Donald Trump que a negociação "não poder ser feita apenas com um" país da UE, "essa discussão tem de envolver todos".

"Creio que as desvantagens para a economia norte-americana já se sentem [...], ninguém beneficiará de uma guerra comercial", sustentou Friedrich Merz.

Por ocasião da celebração do 75.º aniversário da Declaração de Schuman, o documento que estabeleceu os princípios para o que é hoje a União Europeia, o novo chanceler alemão recordou a reunificação da Alemanha, na década de 1990, e disse que foi "um momento importante para a unificação da Europa".

O presidente do Conselho Europeu disse que a nova liderança da Alemanha está "totalmente alinhada" com as prioridades de Bruxelas: "a competitividade, a segurança e as migrações".

O ex-primeiro-ministro de Portugal acrescentou que Berlim "é um dos pilares" da UE e Friedrich Merz considerou que hoje, mais do que no passado, "nenhum país pode estar sozinho".

"Enfrentamos grandes desafios hoje, por isso é necessário olhar para a história da União Europeia", completou.

O chanceler alemão está hoje em Bruxelas, cidade que acolhe a maioria das instituições da UE, e depois do encontro com António Costa tem uma reunião com as presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, e também vai visitar o quartel-general da Aliança Atlântica para conversar com secretário-geral, Mark Rutte.