
A Casa Branca afirmou hoje que "a bola está do lado da China" que "precisa de chegar a um acordo" com os Estados Unidos para reduzir as tarifas alfandegárias impostas pelo Presidente Donald Trump.
"Não precisamos de um acordo com a China", afirmou a porta-voz da presidência norte-americana, Karoline Leavitt.
"A China quer o que nós temos, o que todos os países querem e o que nós temos: o consumidor americano. Por outras palavras, [os chineses] precisam do nosso dinheiro. Mais uma vez, o Presidente afirmou claramente que estava aberto a um acordo com a China. Mas é a China que precisa de um acordo com os Estados Unidos", acrescentou.
Os EUA impuseram uma tarifa total de 145% sobre as importações chinesas, enquanto Pequim aumentou as tarifas sobre os produtos norte-americanos para 125%.
E enquanto as tarifas recíprocas impostas a outros países, acima de 10%, foram suspensas por 90 dias, as que visam a China continuam em vigor.
A guerra comercial desencadeada por Donald Trump intensificou-se a 02 de abril, com o anúncio de "tarifas recíprocas" para os parceiros comerciais, uma medida que reverteu uma semana depois.
Mas, ao mesmo tempo que suavizou a ofensiva contra a maioria dos países, aplicando uma tarifa generalizada de 10%, decidiu aumentar as tarifas sobre os produtos chineses, por ter respondido com retaliações.
Os EUA decidiram deixar vários produtos tecnológicos chineses sem impostos, mas Trump disse, no domingo, que as tarifas sobre os semicondutores serão implementadas "num futuro próximo".
A China pediu a Washington que cancelasse completamente as tarifas, afirmando que "ninguém ganha numa guerra comercial".
Os dois países entraram em ação com a imposição de direitos aduaneiros, batendo-se golpe a golpe e aumentando as tarifas sobre os produtos importados dos seus rivais para mais de 125%.
Na sexta-feira, a Casa Branca anunciou finalmente que não ia aplicar estas taxas a computadores, "smartphones" e outros produtos eletrónicos, bem como a semicondutores, muitos dos quais provenientes da China.
No entanto, o secretário do Comércio norte-americano, Howard Lutnick, garantiu que esta pausa era temporária, para dar tempo à introdução de tarifas setoriais, que deverão estar em vigor "dentro de um ou dois meses".
Na segunda-feira, o Departamento do Comércio lançou uma investigação sobre o assunto, bem como sobre os produtos farmacêuticos, para determinar se a preponderância das importações nestes dois setores representava ou não um risco para a segurança nacional dos EUA.
É o primeiro passo para a introdução de direitos aduaneiros setoriais, num procedimento já utilizado para justificar os impostos sobre o aço e o alumínio ou sobre os automóveis.