
Um homem foi condenado a três anos e nove meses de prisão efetiva por ter agredido dois imigrantes num restaurante do centro do Porto em maio de 2024, revelou a Procuradoria-Geral Regional do Porto.
Numa informação publicada na sua página oficial, a procuradoria referiu que, segundo decisão de 27 de junho, o Tribunal São João Novo, no Porto, deu como provado que na madrugada de 3 de maio de 2024, pelas 2h45, o arguido e outros quatro homens foram até um restaurante do centro do Porto onde surpreenderam e agrediram com um bastão dois imigrantes.
A procuradoria sublinhou que, além desses factos, nessa mesma noite ocorreram episódios de violência sobre imigrantes num apartamento e numa rua na zona do Campo 24 de Agosto.
“A responsabilidade criminal destes e a eventual prática do crime de incitamento ao ódio e à violência ainda é objeto de investigação autónoma”, vincou.
O arguido vai continuar sujeito à medida de coação de obrigação de permanência na habitação, controlada por vigilância eletrónica, até o acórdão transitar em julgado.
Na madrugada de 3 de maio de 2024, a PSP foi alertada para uma agressão no Campo 24 de Agosto, a dois imigrantes, por um grupo de quatro ou cinco homens que fugiu antes da chegada dos agentes da Polícia, referiu então à Lusa a PSP, indicando que os dois agredidos foram assistidos no Hospital de São João.
Mais tarde, na Rua do Bonfim, 10 imigrantes foram atacados na habitação onde estavam por um grupo de 10 homens, munidos com paus.
Ainda segundo o responsável da PSP, nessa mesma madrugada, na Rua Fernandes Tomás, um outro imigrante foi agredido por outros suspeitos, sendo que um deles usava uma arma de fogo.
Nessa altura, com o contingente policial reforçado, foi possível intercetar um dos suspeitos de agressão na Rua Santo Ildefonso, na posse de um bastão extensível. Foi também intercetada uma viatura, com cinco suspeitos no interior.
A PSP deu conhecimento da ocorrência ao Ministério Público e, dada a suspeita de existência de crime de ódio, o assunto transitou para a Polícia Judiciária,
Nos dias seguintes foram várias as figuras políticas e partidos a condenar o “infame ataque a imigrantes”, como classificou a então ministra da Administração Interna, Margarida Blasco.