O crescimento da procura por viagens aéreas deverá, no cenário mais expectável, desacelerar 5,6% em 2025, após um aumento de 6,5% em 2024, de acordo com um estudo divulgado pela Boston Consulting Group (BCG).

De acordo com o estudo "Air Travel Demand Outlook 2025: Steady Growth Despite Supply Constraints", existem três cenários possíveis para a evolução da procura por viagens aéreas este ano, o cenário base, o cenário pessimista e o cenário otimista, sendo que este último prevê um crescimento de até 10,2%.

"O setor das viagens aéreas cresceu 6,5% em 2024 a nível global, impulsionado pela descida de 20% nos preços dos combustíveis que levou à redução do custo dos bilhetes e a uma maior procura", lê-se em comunicado.

Apesar do aumento registado em 2024, as companhias aéreas enfrentam diversos desafios, nomeadamente os atrasos na entrega de aeronaves e reivindicações de aumentos salariais por parte dos trabalhadores.

O cenário base, considerado pela BCG o mais expectável, prevê que a procura por viagens aéreas crescerá a uma taxa composta anual (CAGR) de 5,6%, alinhada com as previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global e regional e em linha com o crescimento registado em 2024.

O cenário pessimista estima uma desaceleração de 1,6% na procura devido a aumentos nos preços do combustível e nos custos laborais, influenciado por tensões prolongadas e uma incerteza económica global.

Relativamente ao cenário otimista, este prevê um crescimento de 10,2% na procura impulsionado por uma aceleração do crescimento económico e uma baixa nos preços dos combustíveis, assim como um alivio das tensões geopolíticas internacionais.

O estudo demonstra ainda que em todos os cenários, os desafios da cadeia de abastecimento continuarão a afetar as transportadoras aéreas, nomeadamente os estrangulamentos na produção de peças essenciais, como aerofólios, com os consequentes impactos na manutenção, capacidade, custos e preços das viagens.

No que diz respeito ao investimento, a BCG espera que as transportadoras aéreas aumentem o investimento em Inteligência Artificial (IA) em 35% por ano até 2030, atingindo cerca de 10 mil milhões de dólares (8,63 mil milhões de euros).

O estudo revela ainda que algumas companhias já implementaram esta tecnologia "para facilitar o processo de embarque e prever com maior precisão a procura por voos, capitalizando-a e garantindo vantagens competitivas".