Sexta-feira, 16 de março, 20h15: volta a falhar a eletricidade em Cuba. Um apagão geral semelhante ao de outubro, de novembro e de dezembro do ano passado.

Com o cair da noite, resta apenas a luz dos carros e das motas para iluminar as ruas. Ou talvez não. Também das janelas dos hotéis, com ajuda de geradores, sai luz. Uma solução apenas para quem pode. A população, a grande maioria pobre, não tem essa possibilidade.

Por isso, sempre que há falhas de energia, a comida que está armazenada em frigoríficos ou arcas acaba por se estragar. A juntar a tudo isto, também a internet, a rede de telefone ou os semáforos são afetados sempre que há quebra de energia. O comércio, esse, mantém-se aberto até porque o turismo é um dos principais motores de desenvolvimento da ilha que tem mais de dez milhões de habitantes.

No comunicado nas redes sociais lê-se que o Ministério da Energia está a trabalhar para resolver os problemas.

Mas afinal, quais são os problemas?

As constantes falhas na energia são causadas, principalmente, pela falta de combustível e pelo envelhecimento das infraestruturas. As centrais elétricas, muitas em funcionamento há décadas, estão sob enorme pressão.

A juntar aos apagões gerais, Cuba enfrenta falhas diárias na rede de eletricidade... principalmente nas horas de ponta.

Quais são as soluções?

Neste momento, o governo está a criar "microssistemas", que permitem reestabelecer a energia gradualmente por regiões. Promete ainda modernizar a rede do país. As prioridades são os hospitais, o abastecimento de água e os centros de produção de alimentos.

Até lá, Cuba vai sobrevivendo no meio de uma grave crise económica... muito agravada pela pandemia de Covid-19. Há escassez de alimentos, medicamentos e água... o que torna a vida cada vez mais insuportável para muitos cubanos. Nos últimos anos, muitos têm fugido da ilha em números recorde.