André Ventura, líder do Chega e Rui Rocha, da Iniciativa Liberal (IL) debateram na RTP3 as suspeitas que envolvem Pedro Nuno Santos, saúde, imigração e economia.

Admitindo que o caso que envolve o líder socialista “é diferente” do de Luís Montenegro, o líder do Chega considera que não deixa de gerar “uma certa apreensão”, porque mais uma vez há políticos “a comprar imóveis como se fossem rebuçados”.

“Os políticos podem ter património, podem ser ricos, podem ter vida e devem ter vida profissional. O que não podem é começar a enriquecer quando estão no exercício de funções públicas. E quando as coisas surgem têm de esclarecer de forma rápida e eficaz.”

Rui Rocha espera que Pedro Nuno Santos tenha o mesmo “critério de exigência” que coloca aos outros consigo mesmo. Porque se assim for tem de dar explicações, “nomeadamente a questão dos fundos que obteve e como é que os obteve”.

Trazer os privados para o SNS

A propósito da Saúde, André Ventura garante que o seu partido não está a desistir do Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas defende que isso só será possível com ajuda dos privados.

“Não nos interessa se a saúde é publica ou privada”, desde que chegue a todos, argumenta.

Pedro Pina/RTP

Rui Rocha explica que o modelo proposto pela Iniciativa Liberal é diferente de todos os outros partidos, com acesso a subsistemas privados, públicos e sociais à escolha dos utentes, de acordo com a oferta disponível e “a avaliação que fazem da qualidade do serviço”.

Imigração com regras ou quotas

Para André Ventura entrada de imigrantes é um dos principais fatores a colocar stress no SNS e Rui Rocha concorda que é um fator a ter em conta.

“O que é que a IL diz? Imigração com regras e com dignidade. Quem tem trabalho entra, quem cumpre a lei fica.”

Isto apesar de o país precisar de trabalhadores ativos, ressalva. “Obviamente que não queremos que a economia colapse, mas queremos que haja uma relação direta entre as necessidades e as entradas.”

Rui Rocha e André Ventura: quem tem melhores notas?

Além disso, a IL defende o alargamento do número de anos necessários a partir dos quais é possível obter nacionalidade.

André Ventura acusa o adversário de nunca se ter preocupado com esta questão, até porque votou contra as quotas para a imigração.

“Há necessidade, mas com quotas. A quota é a regulação”, defende o líder do Chega Rui Rocha discorda - “isso é outra questão".

Rui Rocha contrapõe que já havia propostas sobre imigração no programa de 2024. Quanto à questão das quotas, diz, mostra “a ideia dirigista, da direção do Estado, de André Ventura”.

Entendimento à direita?

O líder do Chega diz que, uma vez que tem hipótese de vencer estas eleições, espera poder contar com os partidos mais à direita, em particular com a Iniciativa Liberal.

A resposta não é positiva: “Não há entendimento possível”

“Nunca, jamais, em tempo algum a IL viabilizará qualquer governo do PS. No que diz respeito ao Chega, temos de fazer avaliação do comportamento do Chega nesta legislatura. Há um conjunto de coisas que demonstram que o Chega tem uma visão socialista e isso não melhorou.”

Pedro Pina/RTP

Votou contra a privatização da TAP e a favor de rácios salariais propostos pelo Livre, por exemplo, aponta.

O preço certo

“Não viabilizo um programa (...) que provoque uma bancarrota do país (...) venha de onde vir”, reforça Rui Rocha.

“Tornou-se o andarilho do PSD”, responde André Ventura. “A IL quer privatizações selvagens da nossa economia”, como a TAP e a CGD, condena.

“O Rui Rocha quer despedir, nós queremos cortar a gordura do Estado.”

André Ventura acusa Rui Rocha de não se preocupar com o país real, e nem sequer saber quanto custa atualmente uma dúzia de ovos. A pergunta é-lhe devolvida: quanto custa? “Está caríssimo”, responde Ventura, acabando por enumerar os preços de vários produtos que apontara numa lista.

Com o “IV - Imposto Ventura”, os portugueses pagariam muito mais, devolve Rui Rocha.