
Depois da Argélia ter anunciado a expulsão de 12 funcionários franceses, Emmanuel Macron decidiu retaliar e expulsar 12 funcionários “ao serviço da rede consular e diplomática argelina”.
Além da expulsão, o Presidente convocou o embaixador francês em Argel, Stéphane Romatet, “para consultas”.
Degradação “brusca” das relações
Em comunicado, a Presidência francesa afirma que "as autoridades argelinas assumem a responsabilidade por uma degradação brusca das relações bilaterais", pedindo a Argel para que "demonstre responsabilidade" a fim de "retomar o diálogo".
Este súbito agravamento das relações ocorre 15 dias depois de um contacto telefónico entre Macron e o homólogo argelino, Abdelmadjid Tebboune, para relançar as relações entre os dois países após meses de crise.
Expulsão de franceses é “injustificada”
No domingo, as autoridades argelinas declararam "persona non grata" 12 funcionários do Ministério da Administração Interna francês, dando-lhes 48 horas para abandonarem o país, em resposta à detenção em França de um agente consular argelino.
A expulsão destes franceses "ignora as regras elementares dos nossos procedimentos judiciais" e "é injustificada e incompreensível", qualificou a presidência francesa, pelo que avançou de "forma simétrica".
"Nesta conjuntura difícil, a França defenderá os seus interesses e continuará a exigir que a Argélia respeite plenamente as suas obrigações para com o nosso país, particularmente no que diz respeito à nossa segurança nacional e à cooperação em matéria migratória", lê-se ainda no comunicado.
Segundo Paris, "o próprio interesse da França e da Argélia é retomar o diálogo".
Na rede social X (antigo Twitter), o chefe da diplomacia francesa, Jean-Noël Barrot, que se deslocou pessoalmente a Argel no início do mês, afirmou que "as autoridades argelinas optaram pela escalada", defendendo o diálogo "mas não unilateral".
Com Lusa