O Presidente norte-americano Donald Trump insistiu, esta sexta-feira, que o Hamas deve libertar todos os reféns até sábado ao meio-dia, garantindo que a sua ameaça de lançar o "inferno" sobre o movimento palestiniano permitiu retomar as libertações.

"Eu disse às doze horas de amanhã [sábado] e, de repente, há dois dias, disseram: vamos libertar os reféns outra vez. Mas tudo isto começou porque eles disseram que não iriam libertar mais nenhum refém e ontem disseram que o iriam fazer. Acho que deviam libertá-los a todos", frisou o republicano, em declarações desde a Sala Oval na Casa Branca.

Na terça-feira, Trump ameaçou desencadear um "inferno" sobre o Hamas se as libertações de reféns previstas no acordo de paz mediado pelos EUA, Qatar e Egito em janeiro, em troca da libertação de prisioneiros palestinianos, não fossem retomadas.

Trump acrescentou que todos os reféns deveriam ser libertados, algo que reiterou esta sexta-feira, sem esclarecer quais seriam as consequências de tal incumprimento.

Libertação acontece este sábado

O Hamas anunciou no mesmo dia que pretende libertar no sábado o russo-israelita Sasha (Alexander) Trufanov, Sagui Dekel-Chen, um cidadão com dupla nacionalidade israelo-americana, e o refém israelita de origem argentina Iair Horn.

Israel, por seu lado, ameaçou retomar a guerra em Gaza se o Hamas não libertar os reféns no sábado, sem esclarecer quantos, aproveitando a ambiguidade da mensagem de Trump.

"Vi as raparigas que se entregaram e foram tratadas muito mal. Não se sabe o que lhes aconteceu, mas eu sei. Foram tratadas muito mal, mas as que vierem depois vão parecer muito piores. Penso que estão a enviar primeiro os mais saudáveis", vincou Trump, que repetiu várias vezes que o Hamas tinha mudado de ideias graças ao seu aviso na terça-feira.

O Clube dos Prisioneiros Palestinianos anunciou, esta sexta-feira, que Israel libertará no sábado 369 prisioneiros palestinianos em troca de três reféns mantidos em Gaza desde o ataque do movimento islamita palestiniano Hamas ao território israelita, em outubro de 2023.

"No total, 36 prisioneiros condenados a prisão perpétua deverão ser libertados no âmbito da sexta troca, 24 dos quais serão expulsos, além dos 333 prisioneiros da Faixa de Gaza detidos depois de 07 de outubro de 2023", declarou o presidente da organização não-governamental (ONG), Abdallah Zeghari, citado pela agência de notícias francesa AFP.