
O TikTok eliminou mais de 45 mil contas falsas e removeu mais de 270 conteúdos que violavam as políticas de integridade eleitoral em Portugal, anunciou a plataforma esta terça-feira em comunicado. As medidas fazem parte de um pacote de normas adotadas pela rede social com o objetivo de "salvaguardar a integridade antes das eleições portuguesas", marcadas para este domingo, dia 18 de maio.
Entre 14 e 27 de abril, o TikTok também bloqueou a criação de mais de 7.400 contas de spam, e evitou mais de 1,4 milhões de gostos falsos e 942 mil pedidos de seguidores falsos.
Dos mais de 270 conteúdos removidos pela plataforma, mais de 98% foram eliminados antes de qualquer denúncia, porque "violavam as políticas de integridade cívica e eleitoral, desinformação e conteúdo gerado por Inteligência Artificial".
Para ajudar os utilizadores a aceder informação credível, o TikTok lançou a 18 de abril o Centro Eleitoral, dentro da aplicação, com dados oficiais da Comissão Eleitoral, datas importantes e dicas para reconhecer desinformação. Todos os conteúdos com informação eleitoral, ou pesquisas relacionadas com o tema, passaram a estar assinaladas e ligadas a este centro.
No comunicado, o gigante digital chinês garante que, até ao momento, não detetou operações estrangeiras de influência direcionadas às eleições portuguesas. Ainda assim, diz que irá manter as equipas especializadas atentas a qualquer tentativa de interferência externa.
Eleições na Roménia anuladas após polémica com o TikTok
O caso da Roménia é um dos mais recentes e mais graves exemplos do impacto que o TikTok pode ter num processo eleitoral. Em novembro de 2024, a primeira volta das eleições presidenciais foi anulada pelo Tribunal Constitucional, numa decisão sem precedentes. Os serviços secretos romenos denunciaram uma vasta campanha de manipulação a decorrer na plataforma.
A operação, alegadamente ligada a grupos pró-russos, envolveu mais de 25 mil contas coordenadas em rede que catapultaram o candidato de extrema-direita Calin Georgescu, que passou de 5% nas sondagens para conseguir 23% dos votos, ficando no topo da corrida eleitoral.
Face às suspeitas, a Comissão Europeia abriu um processo formal contra o TikTok por possíveis falhas em garantir a integridade das eleições. Bruxelas acusou a empresa de não avaliar nem mitigar os riscos de interferência externa. Em resposta, o TikTok anunciou medidas adicionais, como a remoção de quase 93 mil perfis falsos e a criação de um Centro Eleitoral Romeno.