
Já esta noite, a ministra da Cultura, num comunicado assinado pela própria, acusou Mariana Mortágua de mentir.
“A declaração da coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, acusando-me de ser detentora de empresas imobiliárias é mentira e o seu âmbito constitui uma falsidade atentatória do meu bom nome.”
Dalila Rodrigues esclarece que, à data da tomada de posse, não era titular de “qualquer participação social em qualquer sociedade comercial”.
A ministra acrescenta que teve, no passado, participação societária numa sociedade de prestação de serviços na área de arquitetura, mas que procedeu à cedência da quota antes da tomada de posse.
“Desminto, pois, categoricamente, ter qualquer participação em qualquer sociedade comercial. A minha vida profissional e as minhas fontes de rendimentos são públicas. Em política não vale tudo”, concluiu.
Secretária de Estado da Habitação também nega acusações
Também esta tarde a secretária de Estado da Habitação classificou as declarações de Mariana Mortágua como "falsas e difamatórias". Patrícia Gonçalves Costa, também ‘implicada’ na lista composta pelo BE, negou ter uma empresa imobiliária.
“Sou arquiteta e ao longo da minha carreira, naturalmente, envolvi-me com o setor imobiliário, mas cessei as minhas funções de gerência (...) em 2015 e a minha participação na empresa foi encerrada em 2019, há mais de cinco anos.”
O que diz o Bloco de Esquerda?
A coordenadora do BE revela que o partido "tomou a liberdade de fazer o levantamento de todos os deputados e de todos os membros do Governo que possam ter empresas imobiliárias" e concluiu que há vários governantes e deputados nesta situação.
De acordo com os dados divulgados pelo partido, constam da lista de governantes: a secretária de Estado da Habitação, Patrícia Gonçalves Costa; o secretário de Estado do Trabalho, Adriano Rafael Moreira; a ministra da Cultura, Dalila Rodrigues; o secretário de Estado da Cultura, Alberto Santos; o secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, Álvaro Castelo Branco; o secretário de Estado da Presidência do Conselho da Ministros, Paulo Marcelo; o secretário de Estado Adjunto da Presidência, Rui Armindo Freitas; o secretário de Estado da Economia, João Rui Ferreira.
O partido indicou ainda que há 20 deputados com participações em empresas imobiliárias - 13 do PSD, quatro do Chega e três do PS - para sublinhar a importância de se escrutinar os interesses de quem legisla.