Uma mulher foi detida, na terça-feira, pelas autoridades tailandesas por alegadamente manter relações sexuais com monges e depois usar fotografias e vídeos dessas situações para lhes extorquir dinheiro.

Wilawan “Golf” Emsawat, de 35 anos, terá mantido relações sexuais com pelo menos nove monges budistas, de quem terá extorquido cerca de 385 milhões de bahts (aproximadamente 10 milhões de euros) nos últimos três anos. Mais de 80.000 fotos e vídeos usados para chantagear os monges foram encontrados na sua casa num condomínio de luxo.

Segundo o Bangkok Post, que cita as autoridades locais, a mulher terá gasto o dinheiro recebido em sites de apostas e já só teria cerca de 8.000 bahts (aproximadamente 211,73 euros) na sua conta bancária. Está agora acusada de extorsão, lavagem de dinheiro e de receber bens roubados.

A suspeita Wilawan “Golf” Emsawat diante do major-general Jaroonkiat Pankaew, subcomissário do Gabinete Central de Investigação (CIB), que liderou a equipa responsável pela sua detenção na residência em Nonthaburi, na passada terça-feira.
A suspeita Wilawan “Golf” Emsawat diante do major-general Jaroonkiat Pankaew, subcomissário do Gabinete Central de Investigação (CIB), que liderou a equipa responsável pela sua detenção na residência em Nonthaburi, na passada terça-feira. Gabinete Central de Investigação (CIB)

A investigação começou depois de um abade de um conhecido templo em Banguecoque ter abandonado abruptamente a vida monástica, o que levou as autoridades a descobrir o esquema de chantagem.

Wilawan Emsawat, que alegadamente se envolveu com o abade em maio de 2024, afirmou ter tido um filho e exigiu o pagamento de uma pensão de alimentos de mais de sete milhões de bahts (aproximadamente 183 mil euros).

Escândalo abala instituições budistas tailandesas

O caso abalou profundamente as instituições budistas na Tailândia. Pelo menos nove abades e monges de alto escalão envolvidos no escândalo foram afastados e obrigados a deixar a vida monástica.

A detenção de Wilawan “Golf” Emsawat também chamou a atenção para as grandes quantias de dinheiro doadas aos templos, o que contrasta com o estilo de vida simples que os monges deveriam seguir, de acordo com os ensinamentos budistas.

A polícia criou também uma linha direta para que a população possa denunciar monges que estejam a violar as regras de conduta.