O motorista do antigo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, foi condenado esta segunda-feira a 14 meses de prisão com pena suspensa pelo crime de homicídio por negligência inconsciente.

A sessão destinada à leitura da sentença aconteceu esta segunda-feira no tribunal de Évora. Em causa está o atropelamento mortal de um trabalhador na A-6 em 2021. Marco Pontes, que à data do atropelamento mortal do trabalhador Nuno Santos era motorista do então ministro da Administração Interna (MAI), é o único arguido do processo.

Em tribunal disse não ter noção da velocidade a que seguia o carro

No arranque do julgamento, no dia 22 de maio passado, o ex-motorista disse não ter noção da velocidade a que seguia o carro, salientando que foi surpreendido pela presença do peão a meio da faixa da esquerda da autoestrada, em que seguia.

O arguido, que deixou de ser motorista do MAI em 2022, esclareceu então no tribunal que ninguém lhe deu instruções sobre a velocidade do carro, onde seguia o ministro, após uma deslocação a Portalegre, e que não tinha pressa para chegar a Lisboa.

Já nas alegações finais, há exatamente duas semanas, a procuradora do Ministério Público considerou que os factos que constam no despacho de pronúncia "encontram-se provados", pelo que o arguido "deve ser condenado por homicídio por negligência".

Os advogados da família da vítima mortal e da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados (ACA-M), que se constituíram assistentes no processo, pediram a condenação do arguido, enquanto a defesa e uma seguradora pugnaram pela absolvição.

À entrada para a primeira sessão de julgamento, os advogados da família da vítima mortal e da ACA-M, José Joaquim Barros e Paulo Graça, respetivamente, lamentaram que Eduardo Cabrita não fosse a julgamento neste caso.

- Com Lusa