O mundo encontra-se numa encruzilhada histórica, na décima primeira hora antes do pleno surgimento nuclear do Irão. Nos últimos meses, o regime iraniano acelerou o seu programa de armamento nuclear a um ritmo sem precedentes. De acordo com os últimos relatórios da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), o Irão acumulou urânio enriquecido suficiente para produzir nove bombas nucleares, um stock que, se não controlado, poderia ser transformado numa arma em apenas três semanas.

Não se trata de uma ameaça distante. Trata-se de um perigo real e iminente.

Simultaneamente, o regime dos Ayatollahs começou a expandir o seu arsenal balístico com o objetivo de se tornar o maior do Médio Oriente e conseguir, rapidamente, mais de 10.000 mísseis com alcance de até 2500 quilómetros e capacidade para atingir muito da Europa. A busca incessante do regime radical iraniano por tecnologia de mísseis — incluindo ogivas com capacidade nuclear — transpira uma ameaça clara que põe em perigo todo o mundo livre. O Irão também é, obviamente, um assunto europeu.

Há mais de quatro décadas que a República Islâmica é o maior patrocinador e exportador mundial do terrorismo e uma força desestabilizadora em todo o Médio Oriente. Através dos seus proxies — o Hezbollah no Líbano, o Hamas em Gaza, milícias na Síria, no Iraque e no Iémen —, o Irão exportou o caos e a morte para todos os continentes. A sua participação foi identificada em ataques contra civis desde a Bulgária à Tailândia e à Argentina.

Não esqueçamos, ainda, o apoio massivo iraniano à Rússia, em armamento, na guerra com a Ucrânia. A estratégia é clara: projetar poder através de um modelo de guerra por procuração que enfraquece os Estados, disseminando o extremismo e minando a ordem internacional.

Esta encruzilhada histórica oferece-nos uma escolha clara: uma ação cirúrgica, agora, contra a dupla ameaça de armas nucleares e mísseis balísticos de um Irão radical ou o risco de uma guerra mundial nuclear catastrófica, mais tarde. O mundo livre não se deve deixar intimidar pelas ameaças e artimanhas diplomáticas deste regime, mas impedi-lo de se aproximar de um arsenal nuclear. Adiar o inadiável é arriscar a vida e o futuro de milhões de pessoas em todo o mundo.

O regime iraniano também nunca escondeu as suas ambições genocidas em relação a Israel. A dimensão do Irão, 80 vezes maior que a de Israel e com uma população nove vezes maior, sublinha a natureza David e Golias deste confronto. No entanto, Israel, defensor da linha da frente do mundo livre, não ficará inerte perante esta ameaça existencial iminente. Enquanto o regime iraniano e os seus aliados atacam deliberadamente áreas civis densamente povoadas em Israel, Israel age, visando alvos militares e terroristas, atingindo a cabeça da serpente.

Israel está unido na sua disponibilidade para responder intensamente, apesar do preço alto que paga, para impedir que o Irão o destrua e desencadeie uma devastação que vai muito para além do Médio Oriente. Não se trata de um ato contra o povo iraniano mas de uma ação contra o regime radical dos Ayatollahs que o oprime.

O mundo não se pode dar ao luxo de mais hesitação e inação. Agir contra os programas de bombas atómicas e mísseis balísticos do regime iraniano dos Ayatollahs não é apenas indispensável, é um imperativo moral.

Israel faz o que tem de ser feito.

Depois deste artigo ser enviado para o Expresso, vimos o ataque dos EUA às instalações nucleares do Irão. Esta operação histórica teve como objetivo impedir que o regime mais perigoso do mundo obtivesse a arma mais perigosa do mundo.

Esta operação marca uma virada histórica, que pode abrir caminho para a paz e a prosperidade no Oriente Médio e além.

Israel continuará os seus esforços para atingir os objetivos da operação: eliminar a ameaça nuclear e a ameaça dos mísseis balísticos.

Israel está totalmente preparado para qualquer cenário.