
O cessar-fogo de três dias unilateralmente declarado pela Rússia na Ucrânia terminou às 00h00 de domingo locais (22h00 de sábado em Lisboa), por entre apelos ocidentais para um prolongamento de pelo menos um mês a partir de segunda-feira.
Os líderes de França, Reino Unido, Alemanha e Polónia, que se deslocaram a Kiev, ameaçaram neste dia Moscovo com duras sanções se não aceitar a proposta de trégua.
Espera-se que o Presidente russo, Vladimir Putin, realize em breve uma conferência de imprensa para anunciar a posição russa em relação à proposta ocidental.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse anteriormente que Moscovo não é contra tréguas, mas não quer que Kiev as utilize para se rearmar e fazer uma rotação das tropas na linha da frente.
Afirmou também que as declarações dos líderes ocidentais sobre a imposição de novas sanções a Moscovo são "uma perda de tempo".
"Estamos habituados às sanções. Até já sabemos o que vamos fazer depois de serem anunciadas e como vamos minimizar as suas consequências. Já aprendemos isso. Por isso, assustar-nos com sanções é uma perda de tempo", declarou Peskov à televisão estatal russa.
O cessar-fogo de três dias entrou em vigor à meia-noite de 07 para 08 de maio, por ocasião do Dia da Vitória do Exército Vermelho sobre a Alemanha nazi, no fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), cujas comemorações levaram a Moscovo cerca de 20 líderes estrangeiros.
Segundo a Ucrânia, a Rússia não respeitou o cessar-fogo no terreno, mas deixou de disparar mísseis e lançar 'drones' (aeronaves não-tripuladas) de longa distância desde que este entrou em vigor.
Moscovo também acusou as forças ucranianas de violarem o cessar-fogo mais de 9.000 vezes e de tentarem entrar em território russo durante o cessar-fogo.
No entanto, os ataques maciços de 'drones' ucranianos em território russo cessaram, principalmente na capital russa, onde a 9 de Maio se realizou uma grande parada militar para assinalar a vitória sobre os nazis em 1945.