O primeiro-ministro afirmou hoje que o Governo pretende "aproveitar" a proposta apresentada pelo PS para a criação de uma unidade de coordenação para emergências hospitalares, sem especificar de que forma.

Numa resposta ao pedido de esclarecimento da deputada única do PAN durante o debate sobre o estado da nação, Luís Montenegro afirmou que, após ouvir críticas sobre a situação dos serviços de emergência, o Governo "encontrou no INEM uma situação muitíssimo complexa e de muita debilidade", garantindo que está a ser feito "um esforço muito significativo".

O primeiro-ministro disse que esse esforço "vai implicar uma renovação ao nível da frota de viaturas" e um "novo modelo de gestão", acrescentando que a Comissão Técnica Independente responsável sobre as competências do INEM está a concluir um estudo sobre esse modelo e que vai aproveitar a "ideia que foi facultada pelo PS".

"Há pouco não disse isso ao senhor deputado José Luís Carneiro, vamos remeter para essa comissão técnica independente precisamente esse contributo e logo veremos que enquadramento se lhe pode dar", disse, referindo-se à proposta apresentada esta quarta-feira pelo líder socialista para a criação de uma unidade de coordenação para emergências hospitalares.

Inês de Sousa Real tinha criticado o executivo por não executar as verbas previstas no Orçamento do Estado para a contratação de 400 técnicos para o INEM e questionado o Governo sobre se, antes de setembro, o país teria um "regime de emergência e contingência na saúde hospitalar" em obstetrícia e pediatria.

"Para que as grávidas não tenham que andar a percorrer quilómetros, ou (não haja) mulheres que não tenham dinheiro para pagar um táxi quando do outro lado da linha não têm qualquer resposta por parte do INEM", acrescentou.