"Foi acordada uma zona de paz para renunciar à violência com a Frente 33 do Estado-Maior [dos Blocos e Frentes (EMBF), uma das duas fações do Estado-Maior Central, o maior grupo dissidente das FARC] e o Governo nacional", disse Gustavo Petro.

O Presidente sublinhou na rede social X a importância da Zona de Localização Temporária (ZUT, na sigla em castelhano), na qual "o Estado Social de Direito será garantido", na região de Catatumbo, que tem sido assolada pela violência.

As guerrilhas do Exército de Libertação Nacional (ELN) e a Frente 33 intensificaram os combates nos últimos meses pelo controlo de Catatumbo, que é rica em recursos minerais e tem condições climáticas ideais para o cultivo de coca.

Os combates na região, na fronteira com a Venezuela, causaram mais de 70 mortos e deixaram pelo menos 91 mil pessoas afetadas, de acordo com o último relatório do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários.

A ZUT será instalada na zona rural do município de Tibú, no departamento de Norte Santander, estando aí prevista a instalação de guerrilheiros da Frente 33.

O objetivo do acordo é estabelecer conversações de paz "no âmbito da Mesa de Diálogo de Paz", na qual participarão as várias comunidades de Catatumbo, "com respeito pelos seus direitos e liberdades".

"Para definir a ZUT, foram analisadas e avaliadas as propostas apresentadas pelas partes, tendo sido finalmente acordada a sua localização, tendo em conta as condições de segurança, logísticas, geográficas e administrativas necessárias para satisfazer as necessidades básicas de residência temporária dos membros da Frente 33 da EMBF que participarão no processo de paz com justiça social e ambiental", informou o Governo colombiano, em comunicado.

O funcionamento da zona de paz fica ao critério das várias partes participantes nas negociações.

O acordo foi assinado em Cúcuta, capital do departamento de Norte Santander, por quatro representantes do grupo Frente 33 e por quatro delegados do Governo colombiano.

"A paz em Catatumbo começou", concluiu o Presidente Gustavo Petro.

O Governo colombiano e o EMC iniciaram em 2023 negociações de paz até se confirmar a separação daquele grupo armado, devido à agressividade de algumas das suas frentes, sobretudo na zona de Cauca.

O EMC dividiu-se em duas fações, lideradas pelos comandantes Iván Mordisco e Marcos Calarcá.

O Governo da Colômbia deixou de negociar com os dissidentes de Mordisco, mas continua a dialogar com a de Calarcá Córdoba, atualmente conhecida como EMBF.

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