Ministros após ministro, o Governo vai usando e criando todas as oportunidades para insistir na responsabilização do PS pela crise política. Esta segunda-feira de manhã foi a ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, a falar para várias rádios. Ao fim da tarde, foi o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, e à noite será o primeiro-ministro, em entrevista à TVI-CNN.

"Os portugueses não querem eleições, querem que o parlamento confie no Governo para governar", afirmou ministro da Presidência na conferência de imprensa do Conselho de Ministros, onde deixou mais um desafio desafio ao PS, mas também ao Chega, para que mudem de orientação de voto na moção de confiança, que será discutida amanhã,

"Existir ou não eleições está na mão do PS e do Chega", afirma o ministro que também comentou a comissão de inquérito parlamentar que o PS hoje apresentou. "As perguntas são legítimas e o primeiro-ministro responderá sempre ao parlamento", começa por dizer para depois argumentar que várias questões colocadas pelo PS podiam ter sido postas por escrito como perguntas por escrito ao primeiro-ministro. E anunciou que algumas delas "já estarão na substância nas respostas que o primeiro-ministro já enviou aos partidos", referindo-se às perguntas enviadas pelo Bloco e pelo Chega.

Questionado sobre as razões para Luis Montenegro só responder agora a essas respostas, a menos de 24 horas do debate da moção de confiança, Leitão Amaro responde que o primeiro-ministro até "responde muito antes que o prazo legal".

O ministro foi ainda questionado sobre críticas de dirigentes socialistas ao primeiro-ministro, que têm acusado Luís Montenegro de optar por uma saída ‘trumpista’ da situação, ao preferir ir a votos do que dar mais explicações numa Comissão Parlamentar de Inquérito. Não responderei a referências disparatadas, descabeladas e desprovidas de total senso que ficarão com quem as profere”, afirmou, dizendo que o Conselho de Ministros não é o local adequado para responder a afirmações “que evolveriam líderes de países estrangeiros”.