
O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, afirma ter "provas sólidas" do apoio dos EUA ao ataque de Israel ao território iraniano.
"Temos provas sólidas do apoio das forças e bases norte-americanas na região aos ataques das forças do regime sionista", disse Araghchi aos diplomatas estrangeiros durante uma reunião transmitida pela televisão estatal.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, reafirmou no domingo que Washington "não teve nada a ver" com os ataques israelitas ao Irão e deixou uma ameaça.
Trump avisou o Irão que os militares norte-americanos responderão com "força total" caso os Estados Unidos sejam atacados e disponibilizou-se para mediar um acordo entre Israel e o Irão para pôr fim ao conflito.
"Podemos facilmente chegar a um acordo entre o Irão e Israel e pôr fim a este conflito sangrento!", disse o Presidente norte-americano.
Irão cessará os seus ataques assim que Israel "cessar a sua agressão"
O Irão cessará os seus ataques com mísseis contra Israel assim que Israel interromper a sua grande campanha militar contra a República Islâmica, disse o Ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano.
"Estamos a defender-nos contra a agressão. A nossa defesa é completamente legítima. Se a agressão cessar, a nossa resposta naturalmente também cessará", disse Araghchi durante um encontro com diplomatas estrangeiros transmitido pela televisão estatal.
EM DIRETO: nova vaga de ataques iranianos contra Israel
Israel e o Irão estão em guerra desde a madrugada de sexta-feira, quando Telavive bombardeou instalações militares e nucleares iranianas causando pelo menos 78 mortos, incluindo lideranças militares e cientistas, e 320 feridos, segundo a única contagem oficial de vítimas apresentada até agora pelas autoridades iranianas, que não inclui eventuais novas vítimas de hoje e de sábado.
Entre os mortos, contam-se pelo menos oito oficiais superiores, incluindo o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, general Mohamad Hossein Baqari, o Comandante-em-Chefe da Guarda Revolucionária Iraniana, Hossein Salami, e o chefe da Força Aeroespacial da Guarda Revolucionária, general Amir Ali Hajizadeh.
Os ataques israelitas, efetuados por 200 aviões contra uma centena de alvos, atingiram sobretudo Teerão (norte) e incluem instalações nucleares, como as centrais de enriquecimento de urânio de Fordo e Natanz (centro), o aeroporto nacional de Mehrabad e várias bases militares.
O Irão iniciou a sua retaliação na sexta-feira à noite e realizou, até agora, pelo menos seis ataques com centenas de mísseis direcionados às cidades de Telavive e Jerusalém, que fizeram pelo menos 16 mortos e 150 feridos, número já atualizado com os de este último ataque.