As forças armadas israelitas anunciaram este domingo estar a realizar "dezenas de novos ataques" contra o Hezbollah no Líbano. Nas últimas horas, a Força Aérea "atacou dezenas de alvos terroristas no território libanês", visando locais de lançamento de foguetes contra Israel, edifícios militares e depósitos de armas, declarou um porta-voz do exército na plataforma de mensagens Telegram. Desde sábado, foram atacados "centenas de alvos terroristas do Hezbollah".
Num vídeo revelado juntamente com o comunicado, mostraram que os ataques foram realizados em várias áreas do Sul do Líbano, incluindo Marjayoun, Deir Aames e Jouaiyya. "E vamos continuar, para enfraquecer e desmantelar o Hezbollah", adiantaram as forças armadas israelitas.
Mais de mil pessoas terão morrido no Líbano nas últimas semanas, vítimas dos ataques israelitas, garante o ministro da saúde libanês, Firass Abiad. Os feridos ascendem a 6 mil. No sábado, dia do ataque que vitimou o líder do movimento, Hassan Nasrallah, registaram-se, pelo menos, 33 mortos e 195 feridos, segundo a Wafa, agência de notícias palestiniana.
Em Beirute, imagens em direto divulgadas pela agência Reuters este domingo de manhã mostram uma cidade envolta em fumo. Centenas de famílias continuam a dormir ao relento, em praias e praças públicas para se protegerem dos ataques aéreos. Nasser Yassine, do Observatório de Crise do Líbano, revelou à CNN internacional que o conflito causou desde sexta-feira mais de 100 mil deslocados e até 250 mil encontram-se em abrigos coletivos. No total, cerca de um milhão de pessoas tiveram de abandonar a sua zona de residência e as suas habitações.
Israel e o Hezbollah estão envolvidos num intenso fogo cruzado diário desde 7 de outubro de 2023, após o ataque do Hamas em solo israelita que desencadeou a atual guerra na Faixa de Gaza, levando a que dezenas de milhares de pessoas tenham abandonado as suas casas em ambos os lados da fronteira israelo-libanesa. O conflito intensificou-se de forma substancial nos últimos dias, após as autoridades militares de Telavive terem anunciado uma deslocação das operações da Faixa de Gaza para o norte do país.