
Netanyahu "aprecia o total apoio do Presidente Trump às decisões de Israel em relação à Faixa de Gaza a partir de agora", disse o gabinete do presidente, numa breve declaração citada pela agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP).
Na nota, o primeiro-ministro afirmou ainda que foram as ameaças de Donald Trump ao Hamas que levaram o grupo a retirar o anúncio feito no início da semana de que iria fazer uma pausa na libertação de reféns.
O chefe do Estado-Maior israelita, Herzi Halevi, afirmou hoje que Israel estava a preparar "planos ofensivos" em Gaza, ao mesmo tempo que fazia "enormes esforços" para trazer de volta os reféns ainda detidos no enclave.
O Hamas e a Jihad Islâmica Palestiniana libertaram hoje os reféns Alexander (Sasha) Tufanov, Iair Horn e Sagui Dekel-Chen em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, em troca de 369 prisioneiros palestinianos, a maioria dos quais (333) foram libertados no próprio enclave.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tinha ameaçado com o "inferno na terra" em Gaza se os islamitas não libertassem "todos" os reféns até ao meio-dia de hoje (hora de Washington, 19:00 em Israel), uma mensagem ambígua que Israel não apoiou, mas de que também não se demarcou.
Após as libertações, Trump publicou uma mensagem na sua rede social, Truth Social, celebrando a troca, acrescentando que Israel deve agora decidir o que fazer em relação ao prazo que impôs para a libertação de "TODOS OS REFÉNS".
"Os EUA vão apoiar qualquer decisão que tomem!", garantiu.
Vários membros de direita do governo de coligação israelita, como o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, e a ministra dos Transportes, Miri Regev, apelaram a Netanyahu para que Israel voltasse a combater em Gaza.
As famílias dos reféns, por sua vez, exigem que o governo cumpra todas as fases do acordo de cessar-fogo, que entrou em vigor a 19 de janeiro e já permitiu a libertação de 19 israelitas e cinco tailandeses raptados nos ataques de 7 de outubro de 2023.
O movimento islamita Hamas e Israel cumpriram hoje a troca de três reféns por 369 prisioneiros palestinianos, a sexta realizada no âmbito do cessar-fogo entre as duas partes, que esteve em risco na última semana.
Israel confirmou que libertou 369 prisioneiros palestinianos, que foram transportados em autocarros para a Faixa de Gaza e para a Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967, onde foram recebidos por multidões.
O ataque de 07 de outubro resultou na morte de 1.211 pessoas do lado israelita, a maioria civis, de acordo com uma contagem da agência AFP baseada em dados oficiais e incluindo reféns que morreram ou foram mortos em cativeiro.
A ofensiva de retaliação israelita em Gaza deixou, pelo menos, 48.264 mortos, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas, considerados confiáveis pela ONU, e causou um desastre humanitário no território.
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