
Chama-se Sergei Torop, mas é conhecido pelos seus seguidores como Vissarion. Depois de ter deixado de trabalhar como polícia de trânsito em 1991 criou uma seita, a Igreja do Último Testamento, na região de Krasnoyarsk, na Sibéria, uma das maiores províncias da Rússia, assumindo-se ele próprio como uma reencarnação de Jesus Cristo. Agora, de acordo com a Reuters, mais de 30 anos depois, um tribunal russo condenou-o a 12 anos de prisão, dando como provado as acusações que existiam contra ele: de que causou danos à saúde física e mental dos fiéis, além de extorquir-lhes dinheiro.
Torop, atualmente com 64 anos, montou uma comunidade num local isolado que baptizou de “Cidade do Sol”, para onde atraiu parte dos seus seguidores. O ex-polícia diz que teve uma “revelação divina”, a partir da qual passou a identificar-se com Jesus Cristo, e garante que não fez mal a ninguém.
Segundo o “Moscow Times”, ficou provado durante o julgamento que as ações deste líder religioso causaram “danos morais” a 16 pessoas, “problemas sérios de saúde” a outras seis e “danos moderados” a um fiel.
O julgamento foi o desfecho de um processo que começou com a detenção de Torop e de dois colaboradores próximos, numa operação de busca e captura aparatosa realizada em 2020, e que teve de recorrer a helicópteros. A comunidade criada por Torop era habitada por 300 seguidores. Além dele, também os seus dois colaboradores foram condenados — a 11 e 12 anos de prisão. Os três vão cumprir a sentença numa cadeia de alta segurança.