
O Presidente brasileiro, Lula da Silva, disse hoje que, se estiver bem de saúde, será candidato às eleições presidenciais de 2026 para não "entregar esse país de volta para aquele bando de malucos".
"Se eu estiver com a saúde que eu estou hoje, com a disposição que eu estou hoje, você pode ter certeza que eu serei candidato outra vez para ganhar as eleições do ano que vem, porque eu não vou entregar esse país de volta para aquele bando de malucos, que quase destroem esse país nos últimos anos", disse o chefe de Estado brasileiro, num evento no estado do Ceará.
Lula da Silva aludia ao ex-Presidente brasileiro Jair Bolsonaro, alvo, hoje, de uma nova acusação da polícia brasileira, segundo a qual, com o seu filho Eduardo Bolsonaro, atuou junto do Governo dos Estados Unidos para impor sanções a "agentes públicos do Estado brasileiro" e forçar a justiça a arquivar o julgamento em que é acusado de tentativa de golpe de Estado.
Ainda assim, Lula da Silva assumiu que só tomará essa decisão no próximo ano.
"Porque eu tenho que conversar com a minha consciência e conversar com vocês", disse.
Estas declarações acontecem poucas horas depois de, por decisão do juiz do Supremo Tribunal Federal (STB) Alexandre de Moraes, a policia ter feito buscas e apreensões em domicílios ligados a Bolsonaro, por considerar haver indícios de que o ex-Presidente e um dos filhos agiam para atrapalhar o julgamento da ação penal em que é acusado de tentativa de golpe de Estado.
Moraes, juiz relator desse caso no STF, concordou com as conclusões da Polícia Federal e considerou que, face à sua conduta, o ex-Presidente e o seu filho são autores de "atos claros e expressos de execução e confissões flagrantes de atos criminosos" que persistem ao longo do tempo.
O mesmo juiz considerou que "a soberania nacional [brasileira] não pode, não deve e jamais será vilipendiada, negociada ou extorquida" e indicou que o ex-Presidente confessou uma tentativa de extorsão contra a Justiça brasileira ao condicionar o fim das tarifas impostas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à sua própria amnistia.
Entre as medidas adotadas por ordem judicial contra Jair Bolsonaro estão o uso de pulseira eletrónica, proibição de usar redes sociais e de comunicar com o filho Eduardo Bolsonaro.
O ex-Presidente deverá permanecer em casa no horário noturno, das 19:00 às 07:00, e nos fins de semana, e não poderá comunicar com embaixadores e diplomatas estrangeiros nem aproximar-se de embaixadas.
Na semana passada, Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras para os Estados Unidos alegando, numa carta publicada em redes sociais, que Bolsonaro sofria uma "caça às bruxas".
Trump acusou o Brasil pela "forma como tem tratado o ex-Presidente Bolsonaro", com um processo em curso no Supremo Tribunal Federal por suposta tentativa de golpe de Estado após perder as eleições de 2022 para o atual chefe de Estado, Luiz Inácio Lula da Silva.