Numa nova divulgação de âmbito trimestral do INE e da DREM, conclui-se que o 1.º trimestre de 2025, considerando a generalidade dos meios de alojamento (alojamento turístico, colónias de férias e pousadas da juventude e parques de campismo) da RAM, registaram-se 476,3 mil hóspedes entrados e 2,6 milhões de dormidas, correspondendo a aumentos de 5,3% e 7,3% face ao trimestre homólogo, respectivamente. Em termos de mercados e por regiões, a Madeira foi a região que se mostrou mais dependente dos mercados externos (turistas de fora de Portugal, não residentes), com média de quase 85% nos últimos 9 trimestres analisados (4 de 2023, 4 de 2024 e 1 de 2025), sendo que neste 1.º trimestre do ano em curso a dependência foi de 85,2%.

De acordo cm a DREM, "a estada média, na globalidade do alojamento turístico, fixou-se em 4,80 noites no 1.º trimestre de 2025, representando um incremento de 1,8% face ao 1.º trimestre de 2024 (4,71 noites). Esse crescimento foi mais expressivo entre os residentes em Portugal (9,3%), embora o valor absoluto tenha sido mais elevado no mercado de não residentes (5,22 noites)".

Concretamente, entre Janeiro e Março, o alojamento turístico registou "a entrada de 473,7 mil hóspedes, os quais geraram cerca 2,6 milhões de dormidas, traduzindo variações homólogas positivas de 5,4% e 7,4%, respetivamente. De sublinhar que, excluindo o alojamento local com menos de 10 camas, as dormidas no alojamento turístico aumentaram 4,5% relativamente ao 1.º trimestre de 2024, contrastando com a variação negativa registada a nível nacional (-0,5%)", destaca a DREM, que é a única que contabiliza, também, o alojamento turístico com menos de 10 camas.

Foto DREM
Foto DREM dnoticias.pt

Diz a autoridade estatística regional que "as colónias de férias e pousadas da juventude registaram 1.869 hóspedes entrados, gerando 6.016 dormidas (0,2% do global), com uma estada média de apenas 2,83 noites. Face ao período homólogo, registaram-se variações negativas de 8,7% no número de hóspedes, 4,4% nas dormidas e 1,1%, na estada média", enquanto que "os parques de campismo, com um peso muito pouco significativo no conjunto dos alojamentos, de apenas 0,1%, registaram 689 hóspedes entrados e 1.760 dormidas no 1.º trimestre de 2025, correspondendo a quebras de 27,9% e 18,5%, respetivamente, em relação ao mesmo trimestre do ano anterior".

Além destes segmentos paralelos, é de realçar que "no 1.º trimestre de 2025, o alojamento turístico registou um desempenho superior aos valores globais, concentrando a maior parte da actividade turística, com 99,5% dos hóspedes entrados e 99,7% das dormidas do total".

Aqui, "o segmento da hotelaria concentrou 70,4% das dormidas (cerca de 1,8 milhões), registando um crescimento homólogo de 5,1%. O alojamento local representava 27,3% do total e cresceu 14,3%, enquanto o turismo no espaço rural, com uma quota de 2,2%, aumentou 1,8%. Analisando por categoria dos estabelecimentos, os maiores crescimentos foram observados nas pousadas e quintas da Madeira (+45,8%) e nos hotéis de 5 estrelas (+23,7%)".

Quanto à estada média no conjunto do alojamento turístico, diz a DREM que "aumentou relativamente ao mesmo trimestre do ano anterior (4,72 noites), fixando-se nas 4,81 noites. Os valores mais elevados continuam a ser observados na hotelaria (4,89 noites) e no alojamento local (4,74 noites), enquanto o turismo no espaço local apresenta a estada mais baixa (3,61 noites). No segmento da hotelaria, destacam-se os aldeamentos turísticos, com a estada média mais alta, atingindo as 6,99 noites no período de referência (6,88 noites no 1.º trimestre de 2024)".

Por fim, analisando os mercados externos (residentes no estrangeiro), registou-se "a entrada de 366,5 mil hóspedes, que originaram cerca de 2,2 milhões de dormidas, traduzindo um aumento de 5,2% face ao mesmo período de 2024. A RAM foi a região do país que evidenciou maior dependência dos mercados externos em termos de dormidas, representando 84,6% do total, seguida do Algarve, com 81,2%. Em sentido contrário, as regiões Centro e Alentejo apresentaram as menores proporções de dormidas de não residentes, com 24,3% e 31,2%, respetivamente", aponta.

Aliás, "neste trimestre, os dois principais mercados emissores registaram variações homólogas nas dormidas em sentidos opostos: o mercado alemão cresceu de 2,1%, enquanto o mercado britânico apresentou uma quebra de 2,1%. Já o mercado de residentes em Portugal (terceiro principal mercado) apresentou uma variação positiva mais significativa, de 21,0%, no mesmo período. Importa salientar que estes três principais mercados concentraram mais de metade das dormidas (55,6%), no 1.º trimestre de 2025", constata a DREM.

A novidade é o quarto principal mercado no 1.º trimestre de 2025, onde "a Polónia destacou-se, com uma quota de 9,4% do total de dormidas e um total de 241,9 mil dormidas, o que representa o dobro do valor registado pelo mercado francês", que esteve alguns anos nessa posição. "Este resultado traduz um crescimento de 41,1% face ao mesmo período do ano anterior", no caso dos polacos.

Porto Santo o menos dependente dos mercados externos

Por concelhos, "Ponta do Sol e Câmara de Lobos são os municípios, que em termos de dormidas, apresentam uma maior dependência dos mercados externos (residentes no estrangeiro), com 90,7% e 90,5%, respetivamente. Já o Porto Santo destaca-se por registar a maior percentagem de dormidas de residentes, representando 33,4% do total", como é perfeitamente perceptível para quem conhece a realidade regional.

O principal município, o Funchal, "destaca-se por concentrar mais de 60% das dormidas na Região, totalizando cerca de 1,6 milhões de dormidas no 1.º trimestre de 2025, o que corresponde a uma variação homóloga positiva de 1,4%. As dormidas de residentes cresceram 21,4%, enquanto as de não residentes registaram uma diminuição de 1,7%".

Já o segundo município com maior número de dormidas foi Santa Cruz, "com 11,9% do total regional, contribuindo com 307,6 mil dormidas no 1.º trimestre de 2025, o que representa um aumento de 10,7% face ao período homólogo. As dormidas de residentes no estrangeiro cresceram 10,9%, enquanto as de residentes em Portugal aumentaram 9,3%".

Entre os onze municípios da Região, "destaca-se ainda Machico, com crescimentos superiores a 100% face ao 1.º trimestre de 2024, tanto no mercado de residentes (+194,0%) como no mercado de residentes no estrangeiro (+105,7%)", refere.

Proveitos nos dois dígitos

Em termos de taxa líquida de ocupação-cama do alojamento turístico na Região "foi de 60,4%, o que representa um aumento de 1,3 pontos percentuais (p.p.) face ao mesmo período de 2024 (59,1%). Por sua vez, a taxa de ocupação-quarto atingiu os 70,5%, comparativamente aos 67,6% registados no 1.º trimestre de 2024", refere a DREM antes de apontar aos ganhos financeiros.

"Os proveitos totais e os de aposento, no 1.º trimestre de 2025, registaram crescimentos homólogos de 20,4% e 22,1%, respetivamente, totalizando os 162,6 milhões de euros nos proveitos totais e 114,6 milhões de euros nos proveitos de aposento", conta.

Nota ainda à evolução pós-pandemia. "Com crescimentos sucessivos desde o 2.º trimestre de 2021, a evolução das dormidas evidencia duas fases distintas. Desde o referido trimestre até ao 1.º trimestre de 2023, os aumentos foram muito significativos, tornando-se mais moderados desde então, mas relativamente estáveis. De facto, nos últimos oito trimestres, os incrementos nas dormidas variaram entre os 5,5% no 3.º trimestre de 2024 e os 10,0% no 4.º trimestre do mesmo ano", calcula.

Não é de estranhar portanto que o RevPAR (rendimento por quarto disponível) do conjunto do alojamento turístico (excluindo o alojamento local com menos de 10 camas) tenha sido "de 72,78 euros, o que equivale a um aumento de 20,8% em relação ao período homólogo, valor mais elevado entre as regiões NUTS II", garante. "No sector da hotelaria, o RevPAR atingiu 78,40 euros (+22,0% de variação homóloga). Quanto ao ADR (rendimento por quarto utilizado), os valores são mais elevados, totalizando os 103,20 euros no conjunto do alojamento turístico (+15,9% que no período homólogo) e os 105,96 euros na hotelaria (+15,9%). Importa salientar que tanto o RevPAR como o ADR têm evoluído positivamente ao longo dos anos. Destaca-se especialmente o ADR, que, no 1.º trimestre deste ano, superou os 100 euros, algo que ainda não tinha ocorrido nos primeiros trimestres de anos anteriores", esclarece.

interessante destacar que "o RevPAR e ADR mais elevados registaram-se no segmento das pousadas e quintas da Madeira, com valores de 126,23 euros (+25,6% que no 1.º trimestre de 2024) e 168,85 euros (+4,4%), respetivamente. Por categoria, destacam-se os hotéis de 5 estrelas (109,40 euros e 156,63 euros, respetivamente) e os hotéis-apartamentos de 4 estrelas (76,04 euros e 96,50 euros, respetivamente)", conclui.

Esclarecimento

Como referido, esta é uma nova divulgação. "A partir de hoje, a Direção Regional de Estatística da Madeira (DREM) passa a divulgar um 'Em Foco' trimestral, com uma análise dos dados estatísticos referentes a cada trimestre. Nesta edição, são disponibilizados os dados do 1.º trimestre de 2025, relativos à Região Autónoma da Madeira (RAM). De notar que se mantém, contudo, por parte da DREM, a divulgação de um agregado que compreende a hotelaria, o turismo no espaço rural e todo o alojamento local, independentemente do número de camas. Por sua vez, o INE, na sua divulgação, exclui o alojamento local com menos de 10 camas, pelo que nesta notícia, no 'Em Foco' e nos quadros publicados pela DREM, é mencionado um total geral superior ao do INE, no que respeita a hóspedes e dormidas. Para as variáveis taxas de ocupação, quartos, proveitos e custos com o pessoal, os valores são coincidentes com os do INE pelo facto do seu apuramento excluir o alojamento local abaixo das 10 camas.]", esclarece.