
O Registo Internacional de Navios da Madeira (MAR) deverá passar o marco de 2.000 embarcações inscritas dentro de cinco anos, revelou esta quarta-feira, 21 de Maio, Pedro Calado, secretário-geral da Associação Europeia Internacional de Armadores de Portugal, apontando para as previsões da Euromar, entidade que promove e contribui para o desenvolvimento do registo de navios na Região.
Em declarações ao DIÁRIO, o responsável pela entidade que co-organiza a segunda edição da Madeira Maritime Week, em colaboração com o Governo Regional, através da Sociedade de Desenvolvimento, sublinhou que o MAR tem cerca de 1.300 embarcações registadas: "O MAR já atingiu 1.100 navios registados, conjuntamente com os iates podemos ter a volta dos 1.300 registo, mas há o objetivo de chegar rapidamente aos 2.000 navios registados."
Havendo "muitos interessados e empresas que estão sempre a consultar e a querer entrar no mercado", a Euromar perspectiva que o objectivo seja atingido "nos próximos cinco anos", notou Pedro Calado.
O secretário-geral da Associação Europeia Internacional de Armadores de Portugal, que foi vice-presidente do Governo Regional da Madeira, salientou a importância do Registo Internacional de Navios para a diversificação da Economia da Região: "O MAR é também uma forma de diversificarmos a nossa economia. Às vezes há uma preocupação em não centralizar tudo à volta do Turismo e a Zona Franca demonstra hoje que foi uma grande aposta dos sucessivos governos da Região Autónoma da Madeira, num sinal de que vamos no caminho certo."
Questionado sobre de que forma o MAR pode contribuir para a economia da Região, Pedro Calado enumera um conjunto de contributos dos armadores e donos de navios: "Contribuem economicamente quer na Madeira, quer também a nível nacional, porque criam postos de trabalho, pagam impostos, muitas taxas e muitos serviços, as empresas muitas vezes registam-se na Zona Franca e na Sociedade de Desenvolvimento da Madeira, contribuem para a balança comercial que a Madeira tem, já que contam como exportações da balança comercial, o que é muito positivo e em termos económicos, muitas destas empresas colocam os seus accionistas e as suas contabilidades em empresas da Região, portanto é um ciclo económico, financeiro e também social que se cria, para além de que estamos a abrir uma porta de oportunidades aos nossos jovens porque hoje têm no mar uma oportunidade de vida."
Sem esquecer que é necessário melhorar a competitividade do Registo Internacional de Navios, Pedro Calado afirma que é uma preocupação "apresentar um comércio dinâmico, sustentável e amigo do ambiente", bem como desburocratizar com o objectivo de transformar o MAR num dos registos mais importantes do Mundo.
Há uma preocupação generalizada em todos estes operadores que é a excessiva burocratização e legislação européia que tem de melhorar. É um passo que nós temos que dar, sobretudo quando nós temos um comércio mundial que tem outros operadores, tem outros concorrentes, que fazem tudo por tudo para terem o lugar que hoje o Registo Internacional de Navios da Madeira tem. Nós já somos o terceiro maior da União Europeia, o quarto maior da Europa, estamos na lista dos melhores 11 a nível mundial, portanto temos de estar atentos à nossa concorrência e fazer mais e melhor com mais simplificação, menos burocracia, isto não significa tornar os processos menos correctos em termos de documentação, bem pelo contrário, é só simplificar e agilizar os procedimentos para que possamos estar mais rapidamente a atender às necessidades das nossas armadores e termos um produto competitivo na Região e no Mundo. Pedro Calado, secretário-geral da Associação Europeia Internacional de Armadores de Portugal, em declarações ao DIÁRIO