O presidente da RTP afastou hoje qualquer cenário de desinvestimento na RTP Madeira, dando o exemplo que em seis anos, entre 2019 e 2024, foram investidos mais de 3,775 milhões de euros na empresa.

Nicolau Santos falava na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, a requerimento do partido Juntos Pelo Povo (JPP), sobre a autonomia editorial e os recursos técnicos e humanos da RTP Madeira.

Na sua audição, por mais que uma vez, o gestor sublinhou que "não há desinvestimento de meios na RTP Madeira".

Entre 2019 e 2024, em seis anos, "foram investidos 3,755 milhões na RTP Madeira, mas mais podemos acrescentar que em 2025 os principais projetos em curso" são uma central de deteção de incêndios que custa 80 mil euros e um sistema desenfumagem que custa outros 80 mil euros, disse.

Além disso, a frota automóvel foi "integralmente renovada passando a ser 100% elétrica", exemplificou.

"Devo dizer relativamente aos investimentos que aconteceram na RTP Madeira, em 2019 foram 699.540 euros, em 2020 foram 701.500 euros, em 2021 foram 302.475 euros, em 2022 foi 1.601.528 euros, em 2023 foram 235.837 euros e em 2024 foram 214.346 euros", detalhou o presidente da RTP.

Portanto, "suponho que estes investimentos" demonstram que o Centro Regional da Madeira não está a a ser desvalorizado, considerou.

Nicolau Santos explicou que a decisão de trazer "a emissão da RTP Madeira para Lisboa para a continuidade multicanal é apenas uma questão técnica operacional que em nada afeta a produção de conteúdos, quer de informação, quer de programas, ou outra forma como a RTP Madeira organiza a sua programação e a sua rede".

Em segundo lugar, "gostava de sublinhar que estas mudanças tiveram na sua essência o parecer, a opinião, a disposição da RTP Madeira, da sua direção, em consonância com o Conselho de Administração", prosseguiu, garantindo que "não foi algo imposto a partir de Lisboa, foi algo que teve a ver com a situação da Madeira".

O presidente admitiu constrangimentos técnicos devido à adesão de trabalhadores do Centro Regional de Madeira ao plano de saídas voluntárias.

"Saíram oito pessoas, há mais à espera da extensão da primeira vaga, mais provavelmente mais três, pelo menos três ou quatro, e aumenta a pressão pelos impedimentos legais à contratação de pessoas pela RTP", apontou.

Em suma, a mudança da emissão para Lisboa "responde a uma necessidade de aumento de eficiência", permitindo uma emissão 24 horas, sete dias da semana, "coisa que a emissão da Madeira não permitia até agora".

Nicolau Santos salientou que se privilegiou a "manutenção da produção de conteúdos regionais", assegurando que "não há qualquer decadência do canal da RTP Madeira".

Além disso, neste momento "deixámos de transmitir a missa a partir da Madeira, do Funchal".

Trata-se de uma "situação transitória, estamos a colmatá-la e seguramente voltaremos a transmitir a missa a partir da RTP Madeira".