A Região Autónoma da Madeira (RAM) registou, em 2023, um total de 4.320 acidentes de trabalho, o que representa um aumento de 1,3% face ao ano anterior, segundo dados divulgados pela Direcção Regional de Estatística da Madeira (DREM), com base nas informações da Direcção Regional do Trabalho e da Acção Inspectiva (DRTAI).

O número de acidentes mortais manteve-se inalterado em relação a 2022, com três ocorrências fatais.

O sector da 'Construção' concentrou o maior número de acidentes (24,0% do total), seguido do 'Alojamento, restauração e similares' com 17,8% e do 'Comércio por grosso e retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos' com 12,9%. O sector da 'Construção' foi o que registou em valor absoluto, o maior aumento face a 2022 (mais 31 acidentes). Em oposição, as 'Actividades administrativas e dos serviços de apoio', que representaram 7,3% do total de acidentes, foram as que observaram, em valor absoluto, a maior diminuição, de menos 25 acidentes (-7,3% que em 2022).

Por sexo e grupos etários, observa-se que, em 2023, a maioria dos acidentes ocorreu com os homens (73,2%) e nas pessoas entre 35 e 54 anos de idade (50,8%). Por grupos profissionais, os 'Trabalhadores qualificados da construção e similares, excepto eletricista', (666 acidentes; 15,4%) e os 'Trabalhadores dos serviços pessoais' (466 acidentes; 10,8%), foram os que registaram maior número de sinistrados.

Mais de 4 mil acidentes de trabalho registados na Madeira
Mais de 4 mil acidentes de trabalho registados na Madeira dnoticias.pt

No que diz respeito ao tipo de local do acidente, 22,2% dos acidentes ocorreram em 'Local de actividade terciária, escritório, entretenimento, diversos' (957 acidentes), 21,3% em 'Zona industrial' (922 acidentes) e 19,2% em 'Estaleiro, construção, pedreira, mina a céu aberto' (831 acidentes). A causa da maioria dos acidentes foi o 'Movimento do corpo sujeito a constrangimento físico' (29,1% do total de acidentes; 1.256).

As principais ocorrências causadoras de ferimentos dos sinistrados continuaram a ser 'Constrangimento físico do corpo, constrangimento psíquico' (26,8%; 1.156 acidentes) e 'Esmagamento em movimento vertical ou horizontal sobre/contra objecto imóvel' (19,9%; 860 acidentes).

Quanto às consequências dos acidentes, constata-se que as 'Feridas e lesões superficiais' e as 'Deslocações, entorses e distensões' foram as lesões que mais se evidenciaram, cujo peso no total, em 2023, fixou-se em 48,3% e 39,7%, respectivamente. Cerca de 3 em cada 5 acidentes atingiram as 'Extremidades superiores' ou as 'Extremidades inferiores' (35,6% e 27,8%, pela mesma ordem).

Relativamente ao número de dias de ausência do trabalho, é de referir que 26,5% dos acidentes não mortais não implicaram qualquer ausência ao trabalho. Contabilizaram-se 133.969 dias de trabalho perdido devido a acidente de trabalho, destacando-se o intervalo de 7 a 13 dias de ausência para 16,5% do total de acidentes não mortais. O maior número de dias de trabalho perdidos devido a acidentes de trabalho ocorreu no setor da 'Construção' (36.274 dias; 27,1% do total de dias perdidos) seguido pelo 'Alojamento, restauração e similares' (20.298 dias; 15,2% do total de dias perdidos).

Em média, perderam-se 31 dias de trabalho por acidente, sendo as 'Actividades das famílias empregadoras de pessoal doméstico e actividades de produção das famílias para uso próprio' as que registaram a média mais alta (54 dias por acidente), seguido pela 'Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca' (47 dias por acidente) e pelas 'Indústrias extrativas' (46 dias por acidente).