
A líder da extrema-direita francesa Marine Le Pen vai recorrer da condenação a quatro anos de prisão e proibição de concorrer a eleições durante cinco anos, anunciou o advogado.
Mesmo com um recurso, Marine Le Pen fica desde já impossibilitada de exercer cargos públicos. A medida deixou o advogado "muito consternado", lamentando que não seja passível de recurso, no que considerou um "círculo vicioso".
"Hoje, não é apenas Marine Le Pen que foi condenada injustamente: é a democracia francesa que foi executada", acusou o presidente do partido União Nacional (RN, na sigla em francês) e eurodeputado Jordan Bardella, de 29 anos, que se espera que suceda a Le Pen na candidatura às próximas presidenciais francesas.
A líder do grupo parlamentar do RN na Assembleia Nacional francesa foi condenada a quatro anos de prisão, dois dos quais não suspensos e sujeitos a um sistema de vigilância eletrónica, a uma multa de 100.000 euros e a cinco anos de inelegibilidade.
"É um golpe para a democracia" disse Rodolphe Bosselut indignado por um dos argumentos dos juízes para impor a execução provisória ter sido de que havia "risco de reincidência" da líder da extrema-direita, disse o advogado à imprensa.
Marine Le Pen e oito eurodeputados franceses da União Nacional foram considerados culpados de terem desviado de 4,1 milhões de euros de fundos públicos do Parlamento Europeu pelo Tribunal de Paris.
O Tribunal de Paris condenou também 23 arguidos com penas que vão de seis meses de prisão suspensa a quatro anos de prisão, incluindo dois anos de prisão combinadas, com multas e períodos de inelegibilidade.
Campanha Presidencial de 2027
O novo julgamento em recurso não tem um prazo fixo e poderá ocorrer pouco antes da campanha presidencial de 2027 ou mesmo mais tarde, o que prejudicaria a candidatura de Le Pen, embora esta ainda não tenha anunciado uma estratégia.
Marine Le Pen, de 56 anos é considerada uma das favoritas para suceder a Emmanuel Macron na eleição presidencial marcada para 2027, "continua combativa", garantiu Laurent Jacobelli, deputado do RN e porta-voz do partido.