O secretário de Estado da Proteção Civil afirmou, ao final da manhã desta quarta-feira, que o Governo está a fazer o necessário para garantir a disponibilidade de 76 meios aéreos, insistindo que o contributo destes para apagar incêndios depende das características dos fogos.

"Nós estamos a fazer todas as diligências que sejam necessárias para garantir o efetivo de 76 meios aéreos que estão previstos", assegurou Rui Rocha, à saída de uma reunião com o conselho executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses, na sede da associação, em Lisboa.

O governante acrescentou que, a partir de 1 de agosto, vão estar disponíveis 72 meios aéreos, depois de a Força Aérea Portuguesa ter recorrido a um ajuste direto para contratar duas aeronaves e assim contornar um concurso para cinco que ficara deserto.

Considerando que a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, foi mal-interpretada na terça-feira ao referir que é irrelevante o número de meios aéreos disponíveis, Rui Rocha reiterou que a eficácia destes depende das características dos fogos em curso.

"Os meios aéreos são essenciais, como é evidente. Se assim não fosse, ninguém perceberia porque é que temos tantos meios aéreos. O que relevava ontem a senhora ministra (…) é que em determinados teatros de operações, os meios aéreos dão um contributo importante, mas não resolvem todas as circunstâncias", sustentou.

O que disse a ministra?

A partir da sede da Proteção Civil, em Carnaxide, onde esteve ao início da tarde desta terça-feira, a ministra da Administração Interna desvalorizou a questão do número de meios aéreos de combate aos incêndios, garantindo que "não faltam". A dificuldade, disse Maria Lúcia Amaral aos jornalistas, é outra: as características do terreno.

"É bom que se esclareça o seguinte, dos incêndios que mais nos afligem neste momento a intervenção dos meios aéreos ou a existência de 72 ou 76 ou 80 meios aéreos, os números são irrelevantes, porque o que causa dificuldade aos operacionais é o caráter extremamente acidental da orografia, a dificuldade de acesso".

Na opinião de Maria Lúcia Amaral, a "complexidade das operações e do combate é tal que não ajuda nada estar a saber quantos meios aéreos temos, se faltam muitos, se não faltam muitos". Até porque, reiterou, "de facto, não faltam, temos na totalidade de 75 ou um pouco mais e, neste momento, teremos imediatamente disponíveis 72".