Na cerimónia de homenagem funebre ao Padre Martins Júnior têm sido vários os que sobem ao palanque para palavras de recordar a sua vida e obra.

Amigos de infância, familiares, fiéis que foram tocados ao longo dos seus 86 anos de vida, deixaram mensagens da sua passagem, declamaram poemas da sua autoria, recordaram a sua luta pela liberdade, foram sentidos e aplaudidos pelos presentes.

Bernardo Martins, seu irmão, foi o último a prestar homenagem ao Zeca, como era conhecido no seio familiar. Memórias, palavras, gestos, actos, testemunho de um percurso comum, relembrou, frisando o espírito inquieto, que nunca ficou por fazer o que tinha de ser feito, que lutou pelos mais desprotegidos, que lutou pela valorização do poder local, pelo povo, pela cultura democrática na Madeira.

O seu irmão de sangue e de luta lembra que todos os que com ele privaram sentem esta ausência, um padre que é fruto de um povo, do povo da Ribeiro Seca, de Machico, da Madeira, que foi o seu suporte. "A par da tristeza do luto, fica a alegria da luta", disse, garantindo que apesar da morte a sua luta continuará de pé, inspirando a todos quantos tocou.

Foi assim a chegada da urna à Igreja.