
O Ministério Público (MP) reabriu o inquérito que investiga suspeitas de violência doméstica cometida pelo presidente da Câmara de Vizela, Victor Hugo Salgado, sobre a mulher, indicou hoje a Procuradoria-Geral da República (PGR).
“Confirma-se que foi determinada a reabertura do inquérito com vista à realização de diligências complementares”, adianta a PGR, em resposta escrita enviada à agência Lusa.
O inquérito por alegada violência doméstica envolvendo o atual autarca de Vizela, distrito de Braga, e ex-presidente da Federação Distrital de Braga do PS, Victor Hugo Salgado, tinha sido arquivado em maio deste ano, após a alegada vítima, sua mulher, se ter recusado a prestar declarações aos procuradores e ter desistido da queixa.
O processo terminou sem que Victor Hugo Salgado tenha sido constituído arguido ou interrogado.
A Lusa tentou contactar hoje o presidente da Câmara de Vizela no sentido de obter uma reação à reabertura do inquérito, mas Victor Hugo Salgado não atendeu as chamadas nem respondeu às mensagens.
Após a decisão de arquivamento do inquérito, o procurador-geral da República admitiu que o processo ainda estava dentro do prazo “para a intervenção hierárquica” e que ainda podia vir a ser reaberto.
“Os superiores hierárquicos estão a analisar o despacho de arquivamento, e dentro do prazo da intervenção hierárquica, que são 20 dias sobre o despacho e a respetiva notificação, têm possibilidade de tomar uma posição relativamente a isto, nomeadamente de mandar fazer outras diligências que entendam que devem ser feitas”, disse Amadeu Guerra, em 23 de maio.
Na sequência desta investigação, o PS nacional retirou o apoio à recandidatura de Victor Hugo Salgado, que também se demitiu de presidente da Federação Distrital de Braga do PS.
Em desacordo com a decisão do PS nacional, a concelhia de Vizela do partido decidiu não apresentar candidato às próximas eleições autárquicas, manifestando apoio à recandidatura independente de Victor Hugo Salgado.