O Ministério da Educação anunciou hoje uma averiguação interna às falhas técnicas na correção de 600 provas finais do 9.º ano e que levaram ao atraso no envio às escolas de todos os resultados.

As pautas definitivas dos alunos do 9.º ano deveriam ter sido afixadas na terça-feira, mas ao final de um dia em que as escolas aguardaram a chegada dos resultados das provas finais, o Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) confirmou que só seriam enviados no dia seguinte.

Na altura, a tutela justificou o atraso com "dificuldades técnicas" na correção, sem precisar, e só ao início da tarde de hoje é que as escolas começaram a receber as notas das provas de Português e Matemática.

O MECI anuncia agora que vai realizar uma "averiguação interna às falhas procedimentais e técnicas que levaram ao atraso na afixação dos resultados das provas finais do ensino básico" e que "serão apuradas responsabilidades junto dos envolvidos nos serviços do Júri Nacional de Exames (JNE) e do Instituto de Avaliação Educativa (IAVE)".

Para já, a tutela refere, em comunicado, que uma das falhas técnicas identificadas pelo IAVE está relacionada com a não submissão das folhas digitalizadas de provas de Matemática, impedindo a sua classificação atempada.

O problema registou-se em apenas 600 das mais de 97 mil provas realizadas (cercas de 0,6%), mas o MECI decidiu adiar a comunicação às escolas da classificação de todas as provas para "preservar a integridade do processo de avaliação externa (...), assegurando a igualdade entre alunos no acesso à informação".

Apesar da indicação para que os resultados fossem enviados ao mesmo tempo para todas, escolas em Beja, Évora e Portalegre receberam as notas dos seus alunos antecipadamente por incumprimento dos respetivos agrupamentos de exames do JNE.

Algumas dessas escolas chegaram a afixar as pautas definitivas, retirando-as posteriormente "sem que essa orientação tenha partido do Ministério", refere a tutela.

"Para minimizar os constrangimentos provocados pelo atraso na afixação dos resultados e para agilizar o processo de inscrições na 2.ª fase das provas, o JNE informou as escolas que todos os alunos sem aprovação após realização da 1.ª fase das provas serão inscritos automaticamente na 2.ª fase das provas do ensino básico", acrescenta o comunicado.

Na sexta-feira realiza-se a de Português e na próxima terça-feira, dia 22 de julho, a de Matemática.

Além do atraso, o gabinete do ministro Fernando Alexandre confirmou, ainda durante a manhã, um outro caso ocorrido em 15 escolas, onde os encarregados de educação e as próprias escolas reportaram problemas durante a realização da prova de Matemática.

Perante as queixas, o Júri Nacional de Exames decidiu dar "a possibilidade de os encarregados de educação escolherem pela validação da prova realizada, sem conhecimento da classificação, ou, em opção, anular a prova da 1.ª fase e realizar a prova na 2.ª fase como se da primeira fase se tratasse", explicou o gabinete do ministério da Educação.

O ministério da Educação não esclareceu contudo quantos alunos estão nesta situação, quais as escolas onde ocorreram estes problemas e em concreto quais os problemas reportados que justifiquem esta opção.