Há uma nova polémica a assombrar o Governo da Islândia. A ministra da Educação e Infância e deputada pelo Partido Popular apresentou a sua demissão, esta sexta-feira, após ter admitido que teve um filho fruto de uma relação com um menor de idade, na sequência de uma notícia avançada pela televisão estatal RÚV.

De acordo com o órgão de comunicação islandês, Ásthildur Lóa Thórsdóttir trabalhava com jovens num grupo religioso quando tinha 22 anos. Teria sido nessa altura que conheceu e engravidou do pai do seu filho, que na altura tinha apenas 15 anos. O caso aconteceu há 36 anos e a criança nasceu em junho de 1990.

Segundo a RÚV, os dois mantinham uma relação secreta, embora Eirík Ásmundsson tenha dito que esteve presente durante o parto e no primeiro ano de vida do bebé. O casal ter-se-ia afastado quando Ásthildur Lóa Thórsdóttir conheceu o atual marido, Hafþór Ólafsson.

Na altura, Eirík Ásmundsson teria feito um pedido ao Ministério da Justiça da Islândia para poder ver o filho, mas acabou por ser negado pela ex-ministra islandesa, que ainda exigiu o pagamento de uma pensão de alimentos durante 18 anos.

Ex-ministra conta a sua versão da história

Após apresentar a sua demissão do cargo de ministra da Educação e Infância, Ásthildur Lóa Thórsdóttir emitiu um comunicado a contar o seu lado da história. Diz ter sido contactada pela televisão estatal RÚV para uma entrevista, que acabou por conceder, quando percebeu que a notícia seria divulgada.

Ao longo de mais de quatro páginas, a deputada do Partido Popular islandês nega ter sido conselheira do pai do filho quando fazia parte do grupo religioso. Era apenas mais um membro daquela comunidade quando se envolveu com Eirík Ásmundsson, no final de setembro de 1989.

A ex-ministra diz que tentou por várias vezes colocar um ponto final na relação, mas que o jovem de 16 anos, que já tinha estado em outras relações, não respeitou a sua decisão e passou a ser "perseguida" pelo próprio.

"A julgar pelas suas histórias, ele era muito mais experiente do que eu quando se tratava de relações sexuais, pois como já disse antes, eu nunca tinha estado com um homem. Ele teve, se bem me lembro, várias namoradas e mencionou pelo menos duas mulheres, muito mais velhas que eu, com quem ele teve um relacionamento próximo", afirmou.

À medida que conta a sua versão, Ásthildur Lóa Thórsdóttir afasta-se da versão avançada pela RÚV e confirmada pelo pai do filho. A ex-ministra diz que este perdeu o interesse na relação quando soube da gravidez e deixou de estar presente quando a criança nasceu.

"Logo depois que o pai do meu bebé descobriu que eu estava grávida, o interesse dele por mim caiu drasticamente, confirmando o que eu já sabia há muito tempo: que o nosso relacionamento não tinha futuro", continua.

A ex-ministra islandesa acusa Eirík Ásmundsson de nunca ter tentado conhecer o filho, agora com 35 anos.

"O nosso filho tem 35 anos hoje em dia. Ele é, portanto, maior de idade e maior de idade de acordo com a lei há 17 anos. Eles conheceram-se uma vez por acaso, mas, fora isso, o seu pai nunca, em todos esses anos, fez a menor tentativa para conhecê-lo ou de estabelecer um relacionamento entre os dois."

Divulgada identidade da mulher que expôs caso

Terá sido a ex-sogra de Eirík Ásmundsson a relevar o caso, ao tentar solicitar uma reunião com a primeira-ministra da Islândia, que terá tido conhecimento do caso uma semana antes da demissão.

A assistente de Kristrún Frostadóttir entrou em contacto com Ásthildur Lóa Thórsdóttir, que desconhecia a identidade da mulher até ao primeiro contacto telefónico entre ambas.

"Ela acusou-me de dificultar a comunicação dele [ Eirík Ásmundsson ] com o filho, o que eu nego completamente, como descrevi acima", refere a ex-ministra.

Ásthildur Lóa Thórsdóttir refere que a ex-sogra do pai do filho garantiu que não levaria o caso aos meios de comunicação, o que acabou por não acontecer.