
O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) condenou este domingo o ataque russo de sexta-feira na cidade ucraniana de Kryvyi Rih, cidade natal do presidente Volodymyr Zelensky, que provocou a morte de 19 pessoas, incluindo nove crianças.
“Portugal condena o ataque russo de 4 de abril a Kryvyi Rih. Neste dia de luto, expressa solidariedade às famílias das vítimas e à Ucrânia. Apela ao governo russo que pare os ataques a alvos civis e aceite sem condições o cessar-fogo proposto pelo Presidente dos EUA”, pode ler-se na rede social X (antigo Twitter), do MNE português.
O Ministério da Defesa russo afirma que o ataque teve como alvo um encontro militar entre forças ucranianas e estrangeiras, alegando que foi executado com “precisão”, mas testemunhas negaram a presença de soldados na zona.
Em resposta, Zelensky criticou o silêncio da comunidade internacional face à morte de civis.
"Ficar em silêncio perante o facto de ser a Rússia a matar crianças com mísseis balísticos é errado e perigoso. Isso apenas encoraja Moscovo a continuar a guerra e a ignorar a diplomacia."
Possível crime de guerra
O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos denunciou o ataque como um possível crime de guerra. Volker Türk considerou tratar-se do pior ataque contra menores registado pelo seu gabinete desde o início da invasão russa, em 2022.
"Os ataques indiscriminados são proibidos pelo direito internacional e podem constituir crimes de guerra", afirmou o alto-comissário austríaco, em comunicado.
Uma equipa do gabinete do alto-comissário na Ucrânia visitou a zona do ataque no sábado para recolher provas, tendo conseguido identificar os nomes das crianças mortas.
As autoridades locais informaram que 75 pessoas, incluindo 12 crianças, também ficaram feridas no ataque, a maioria delas no parque perto do restaurante que aparentemente foi alvo do míssil.
O restaurante tinha acabado de acolher uma reunião de profissionais da indústria da beleza que tinham sido notificados com antecedência, disseram as testemunhas.
"A utilização pela Federação Russa de armamento explosivo de grande alcance numa zona densamente povoada e sem presença militar aparente demonstra o seu desrespeito pela vida dos civis", afirmou Türk, no comunicado.
Com Lusa