
A fundação Hind Rajabbelga pede a Portugal a detenção imediata de um sniper israelita de férias em Lisboa, por crimes de guerra.
A organização sem fins-lucrativos apresentou uma queixa-crime no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa para que o militar Dani Adonya Adega seja detido e alvo de inquérito, depois de ter sido localizado e fotografado em Lisboa, este mês, com a namorada.
Na queixa-crime, apresentada pela advogada de direitos humanos Carmo Afonso, é invocada a Lei n.º 31/2004, relacionada com a violação do direito internacional.
Crimes em causa
Em causa estão crimes de guerra na ofensiva em Gaza. A ONG belga acusa Dani Adonya Adega de estar envolvido em violações do direito internacional, como assassinatos de civis durante o cessar-fogo e apropriação de bens civis.
Num comunicado publicado na segunda-feira no site oficial, explica que Adega é um atirador furtivo do 8114.º Batalhão e que serviu em Gaza sob o comando da 252.ª Divisão, condenada por estabelecer o "corredor da morte" de Netzarim, uma passagem mortal onde snipers abateram milhares de civis de forma sistemática, incluindo crianças crianças.
Uma das provas foi divulgada pelo próprio na conta oficial de Instagram: uma imagem em que aparece armado dentro de prédios em Gaza. Na legenda, gaba-se de "4 rounds, 0 misses 🎯🔥 (4 cartuchos, 0 falhas🎯🔥)".
A publicação foi feita durante um cessar-fogo no início de 2025. Só nesse cessar-fogo, foram mortos mais de 170 civis palestinianos.
"Portugal tem de agir"
No comunicado, a organização destaca que Adega "anda livremente numa capital europeia depois de se gabar das mortes por atiradores". Por isso, "Portugal tem de agir", considera um porta-voz, apelando a que seja detido imediatamente e presente à justiça.
"Esta não é apenas uma questão de justiça para Gaza - é um teste para Portugal ”, refere ainda a nota da Fundação Hind Rajab.