A presidente da Câmara de Santa Cruz explicou que o município paga actualmente 2,22 euros por metro quadrado pelo espaço arrendado no Caniço, onde funciona a Loja do Munícipe – e agora também a esquadra da PSP –, e desafiou quem criticar o investimento a encontrar uma alternativa mais económica. "Está de desafio a quem conseguir encontrar mais barato, que nos avise", declarou.

Élia Ascensão presidiu esta segunda-feira à cerimónia de abertura oficial das instalações provisórias da Esquadra da PSP de Santa Cruz, agora deslocalizada para o Caniço, num espaço contíguo à Loja do Munícipe.

Na sua intervenção, a presidente recordou os últimos anos ao lado do anterior presidente Filipe Sousa, referindo que foi "angustiante perceber as condições indignas em que a nossa polícia trabalhava". A autarca sublinhou que esta mudança era inevitável e urgente, sobretudo devido ao início das obras no edifício do Tribunal de Santa Cruz, previsto para o próximo mês de Agosto, que agravaria ainda mais as dificuldades enfrentadas pelos agentes.

A nova esquadra ocupa uma área com cerca de 200 metros quadrados, integrada num edifício municipal de aproximadamente 730 metros quadrados, arrendado desde 2016. "A Loja do Munícipe do Caniço tem estado ao serviço da população desde 2016 e, neste momento, parte do espaço será adaptado para dar melhores condições de trabalho à PSP", afirmou.

A presidente fez questão de assegurar à população que "Santa Cruz nunca deixará de ser sede de concelho", reforçando que, apesar da mudança, o município continua empenhado em garantir a presença policial em todo o território. "O Caniço, sendo a maior freguesia do concelho, concentra naturalmente o maior volume de serviço, mas a nossa prioridade é garantir proximidade e segurança em todas as freguesias", explicou.

Mais do que o edifício em si, a autarca destacou a importância de equipar os agentes com meios adequados. "Mais do que quatro paredes, importa ter homens e mulheres com viaturas e equipamentos para estarem próximos da população e responderem rapidamente", sublinhou.

Durante o discurso, Élia Ascensão saudou a nova comandante da esquadra, salientando a relevância de ter mais uma mulher ao comando. Aproveitou ainda para agradecer ao proprietário do espaço arrendado, que desde o início "tem colaborado para garantir um serviço público de qualidade".

Sobre a futura esquadra definitiva, a presidente lamentou a morosidade do processo por parte do Ministério da Administração Interna. "Vai-me caber a mim agora continuar a 'partir pedra', ligar, insistir. De facto, tudo demora muito tempo e não se coordena com a celeridade que vos é exigida no dia-a-dia", criticou.

A autarca revelou que o município aguarda um aditamento ao financiamento da obra, que poderá rondar os 800 mil euros. "A proposta mais baixa apresentada ronda 1,3 milhões de euros, muito acima dos 800 mil previstos inicialmente", esclareceu, sublinhando que o aumento dos custos na construção civil exige respostas mais céleres e eficazes.

A concluir, Élia Ascensão reiterou o compromisso do município em continuar a garantir melhores condições para os agentes e um serviço de segurança pública de qualidade. "Fazemos votos de que sejam muito felizes nesta nova casa. Contem sempre com o município de Santa Cruz para garantir as melhores condições de trabalho", finalizou.