O Papa Francisco criticou este domingo o uso "imoral" da força no Líbano e em Gaza, numa tentativa de apelo à moderação por parte de Israel, afirmando que, "mesmo na guerra, há uma moralidade a defender".
Questionado, a bordo do avião que o transportou da Bélgica para o Vaticano, sobre as consequências para os civis dos ataques israelitas no Líbano e em Gaza, o líder da Igreja Católica respondeu: “Um país que, com a força, age assim, seja qual for o país, que age de uma maneira tão superlativa, (se presta a) ações imorais.”
"A defesa deve ser sempre proporcional ao ataque. Quando isto não acontece, surge uma tendência dominante que vai além da moralidade", disse Francisco.
O Papa afirmou ainda que, "mesmo na guerra, há uma moralidade a defender".
"A guerra é imoral, mas as regras da guerra indicam uma forma de moralidade", concluiu.
O exército de Israel realizou este domingo dezenas de novos ataques contra o movimento xiita libanês Hezbollah, no Líbano, dois dias depois de matar o seu líder Hassan Nasrallah com, segundo o mesmo, 20 membros deste movimento libanês pró-iraniano.
Na manhã deste domingo, depois de presidir a uma missa no estádio nacional de Bruxelas, o Papa manifestou a sua "dor" pelo agravamento do conflito no Médio Oriente e apelou a um cessar-fogo imediato no "martirizado" Líbano.
Quanto ao conflito em curso em Gaza, Francisco repetiu que está ao telefone "todos os dias com a paróquia de Gaza" e é informado das "crueldades que ali acontecem".