
Os suspeitos foram detidos na segunda-feira, na sequência de uma operação policial nas províncias de Bordéus, Marselha, Lyon e na região de Paris.
As autoridades, que acreditam que os ataques foram levados a cabo por um grupo autointitulado Defesa dos Direitos dos Prisioneiros Franceses (DDPF), retiraram das prisões cinco prisioneiros considerados os principais instigadores dos ataques e colocaram-nos sob custódia policial.
De acordo com a emissora FranceInfo, um deles é um homem de 22 anos, atualmente detido em Avignon, é considerado um membro-chave da máfia DZ, enquanto pelo menos outros três admitiram pertencer a esta organização criminosa, com sede em Marselha.
Questionado sobre o grupo DZ, o ministro da Justiça francês, Gérald Darmanin, afirmou: "cabe à investigação judicial demonstrar que os 'gangues' de tráfico --- este é um, mas há outros --- estão a tentar intimidar-nos".
Em entrevista à emissora TF1, Darmanin afirmou que "os franceses também devem estar calmos com o que está a acontecer", alegando que os ataques se devem ao facto de grupos crimininosos "não quererem a lei anti-droga que estamos a apresentar".
O ministro defendeu que a proposta estabelece "um regime prisional que será muito duro, como foi o caso da máfia em Itália, com prisões de segurança que não existiam antes, para os isolar do resto da sociedade".
As detenções ocorreram depois de a Procuradoria Nacional Antiterrorismo (PNAT) francesa ter aberto uma investigação sobre "associação terrorista para cometer um crime" e "tentativa de homicídio em ligação com um empreendimento terrorista".
Em 23 de abril, o ministro do Interior francês, Bruno Retailleau, defendeu que os "65 incidentes" no espaço de dez dias foram "indubitavelmente coordenados".
Até "um terço dos departamentos (do país) sofreram incidentes", incluindo "ataques incendiários contra prisões e contra as casas dos funcionários prisionais", afirmou o ministro, em declarações à estação de televisão francesa BFMTV.
Em 21 de abril, a PNAT anunciou que tinha assumido a investigação sobre os tiros ocorridos no bairro de Isère, onde vivem guardas prisionais. Também foram lançados cocktails molotov na mesma zona.
No dia anterior, "foram disparados vários tiros e lançados cocktails molotov contra casas de um bairro de Isère, onde residem vários guardas prisionais" e "foram encontrados 'graffitis' com a inscrição 'DDPF' nos locais", indicou a PNAT.
Um grupo associado a esta sigla publicou vídeos e ameaças na plataforma de mensagens encriptadas Telegram.
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