
"Nos últimos anos, temos tido uma saída massiva de mão-de-obra, mesmo qualificada, para o estrangeiro. É preciso, em primeiro lugar, avaliar os impactos dessa emigração massiva de cabo-verdianos no mercado de trabalho, nas empresas e nas relações laborais, e tomar medidas que se impõem", referiu.
A mensagem reitera uma posição que José Maria Neves tem assumido noutras ocasiões.
Por sua vez, o ministro cabo-verdiano com a pasta do Desenvolvimento Social defendeu, há uma semana, que o arquipélago deve preparar-se para receber imigrantes, numa altura em que setores de atividades fundamentais sofrem com falta de mão-de-obra.
"Está claro, hoje, para todos: Cabo Verde está com um défice de mão-de-obra em vários setores fundamentais", tais como "a construção civil e agricultura", que "já estão a dar sinais claros neste sentido", referiu Elísio Freire.
"O país tem de se preparar para receber cidadãos de outros países que procuram o nosso para trabalhar", disse.
Sociólogos cabo-verdianos ouvidos pela agência Lusa, no início do ano, consideraram um risco para o arquipélago haver cada vez mais pessoas a pensar em emigrar, segundo o mais recente inquérito dedicado ao tema, apelando a uma gestão cuidada com Portugal.
Em dezembro de 2024, um estudo da Afrosondagem indicou que 64% dos cabo-verdianos (dois em cada três) já consideraram emigrar, mais sete pontos percentuais do que no último inquérito, sete anos antes.
A procura de emprego é o principal motivo para os cabo-verdianos ponderarem outras paragens, sendo Portugal um dos destinos mais procurados.
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