Os dois governantes discutiram "a continuação da cooperação política e diplomática para melhorar o papel da Síria perante as posições árabes e internacionais", numa longa reunião na capital saudita, segundo um comunicado da Presidência síria.

"Hoje tivemos uma longa reunião durante a qual percebemos e ouvimos o desejo de apoiar a Síria na construção do seu futuro, e o interesse em apoiar a vontade do povo sírio e a unidade e integridade dos seus territórios", afirmou Al-Sharaa, citado no comunicado.

Esta foi a primeira viagem de Al-Sharaa ao estrangeiro desde o derrube da ditadura de Bashar al-Assad há quase dois meses.

Durante o encontro, foram abordadas diversas questões, nomeadamente "o aumento do nível de comunicação e cooperação em todos os domínios, especialmente humanitário e económico", bem como os planos futuros em matéria de energia, tecnologia, educação e saúde, para "alcançar em conjunto uma verdadeira parceria que visa preservar a paz e a estabilidade em toda a região e melhorar a situação económica do povo sírio".

A agência noticiosa oficial saudita SPA informou que Bin Salman felicitou Al-Sharaa por ter assumido a Presidência da Síria.

"Durante a reunião, discutiram os últimos desenvolvimentos na Síria e as formas de apoiar a segurança e a estabilidade da irmã Síria", segundo a SPA, que refere que também discutiram "aspetos das relações bilaterais e oportunidades para as melhorar em vários domínios, para além de analisarem a evolução da situação regional e os esforços feitos nesse sentido", sem desenvolver.

A primeira visita de Al Sharaa ao estrangeiro é vista como um gesto simbólico do reino rico e influente para procurar apoio para os planos de recuperação na Síria.

A visita surge uma semana depois de o ministro dos Negócios Estrangeiros saudita, Faisal bin Farhan, ter afirmado, em Damasco, que Riade irá trabalhar para o levantamento das sanções impostas pelos EUA e pela UE ao regime de Al-Assad.

Desde então, a nova administração tem procurado obter apoio político, mas também económico e financeiro do mundo árabe e ocidental para a reconstrução do país e o regresso de milhões de sírios, incluindo refugiados e pessoas deslocadas, após quase 14 anos de guerra civil.

EL // SSS

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