Duas categorias, três vencedores. Uma companhia de teatro que cruza as artes performativas com a ciência, um grupo de breakdance de Palmela que originou um movimento global de pessoas que fazem a diferença nas suas comunidades e um projeto de voluntariado nascido para ajudar no tratamento da depressão. O que têm em comum? Foram os três vencedores do Prémio Fundações, criado pelo Centro Português de Fundações neste ano para distinguir projetos que juntem Arte e Ciência ou Cidadania e Solidariedade.
Os vencedores desta iniciativa em estreia, que visa "reconhecer e valorizar pessoas e organizações que, durante o ano 2023, se destacaram com projetos notáveis" naquelas áreas, ombrearam com outros projetos de grande valor, num total de 56 candidaturas recebidas de todo o país. E no final ficaram três, escolhidos por um júri presidido por Álvaro Laborinho Lúcio (e que contava ainda com Marina Costa Lobo, Paulo Pires do Vale, Raquel Campos Franco e Zita Martins), que vão ter 50 mil euros para dar gás às iniciativas de grande valor social que desenvolvem.
Na categoria de Arte e Ciência, a companhia de teatro Marionet foi premiada pelo seu trabalho inovador e interdisciplinar, cruzando as artes com a ciência. "A companhia destacou-se pela sua originalidade, criatividade e impacto em múltiplas dimensões – artística, educativa, cultural e social –, promovendo uma reflexão profunda sobre as fronteiras entre conhecimento e criatividade", justifica o júri, explicando que o reconhecimento celebra "não apenas o talento artístico e abordagem à ciência da Marionet, mas também o seu compromisso em criar pontes que enriquecem o panorama cultural e científico português".
A decisão foi mais difícil na categoria de Cidadania e Solidariedade e no final houve mesmo dois vencedores, com o prémio do Centro Português de Fundações a ser atribuído ex aequo, ao Movimento Transformers e ao projeto VoluntariaMente. O valor de ambas as iniciativas foi reconhecido A Associação Juvenil que capacita crianças e jovens em risco de exclusão social, incentivando a sua participação ativa na comunidade e o projeto que junta voluntariado e promoção da saúde mental, estimulando o envolvimento ativo da comunidade como agente de transformação foram destacados pela sua "capacidade de replicação, impacto na promoção da coesão comunitária e pela resposta inovadora a desafios sociais atuais e complexos".
"O Júri do Prémio Fundações destacou ainda a qualidade e a diversidade das diferentes candidaturas, que abordaram temas prioritários como a inclusão social, participação cívica, apoio a populações vulneráveis, envelhecimento ativo e voluntariado, refletindo um compromisso coletivo com o desenvolvimento sustentável e o bem-estar da sociedade portuguesa", comunicou o Centro Português de Fundações.
Criado neste ano para incentivar a inovação e a excelência em áreas consideradas fundamentais para a sociedade, o Prémio Fundações é um instrumento que reforça o compromisso assumido pelo CPF de "destacar boas práticas e inspirar novas iniciativas que contribuam para uma sociedade mais justa e inclusiva".
Com o apoio das fundações Aga Khan, Bial, Bissaya Barreto, Calouste Gulbenkian, Champalimaud, Comendador Joaquim Sá Couto, Dom Pedro IV, Eugénio de Almeida, Francisco Manuel dos Santos, Manuel António da Mota, Millennium BCP, Oriente e Stanley Ho, o Prémio Fundações estreou-se como mais uma prova do esforço do CFP para "reforçar a sua ação no campo da filantropia e da intervenção social".