![Provas-ensaio para testar formato digital arrancam nas escolas](https://homepagept.web.sapo.io/assets/img/blank.png)
Os alunos dos 4.º, 6.º e 9.º anos começam esta segunda-feira a testar o formato digital para as provas oficiais de maio e junho e, apesar das preocupações dos diretores, o Governo acredita que as escolas estão preparadas.
"Tudo fizemos para que as provas possam decorrer o mais normal possível. Até ao final do mês, iremos perceber se há escolas onde temos de fazer alguns ajustes ou porque a internet é fraca ou porque falta algum computador", disse Filinto Lima, presidente da Associação de Diretores de Agrupamentos de Escolas Públicas, em declarações à SIC.
Na Escola Básica Gaspar Correia, na Portela, o diretor Nuno Reis acredita que, apesar de alguns receios, os ensaios vão correr bem. "Tivemos muito trabalho. A preparação foi intensa", disse em declarações à SIC.
"Temos algum receio relativamente ao elevado número de hotpots dentro da sala de aula. Temos também algum receio em relação aos quadros elétricos, uma vez que esta é uma escola com 50 anos", afirmou.
Provas realizam-se entre 10 e 28 de fevereiro
As provas-ensaio vão realizar-se entre os dias 10 e 28 de fevereiro, em data e horário a definir por cada escola, e na primeira semana os alunos começam por demonstrar os seus conhecimentos a Português.
O objetivo é que os alunos possam ter contacto com a plataforma eletrónica de realização de provas, mas também para avaliar a capacidade tecnológica das escolas e identificar problemas que precisem de ser corrigidos atempadamente, antes das provas finais de 3.º ciclo e das provas Monitorização da Aprendizagem (ModA), que se realizam em maio e junho, depois de, no ano passado, o Governo ter suspendido as provas digitais no 9.º ano por considerar que as escolas e os alunos não estavam preparados.
Já no primeiro período letivo, as escolas reportaram necessidades de reparação ou aquisição de 45.024 computadores e, a poucos dias do início das provas, os diretores continuavam a manifestar-se preocupados com a falta de equipamentos e alguns problemas de conectividade, mas o secretário de Estado e Adjunto da Educação garante que essas questões estão a ser acauteladas.
"Com esta preparação das provas-ensaio, com o acompanhamento das escolas, com as garantias tecnológicas que estamos a dar às escolas e, claro, com o apoio que os serviços do Ministério da Educação têm dado (...), acreditamos que todas as condições estão reunidas", disse Alexandre Homem Cristo, em entrevista à Lusa.
Em novembro, o Ministério da Educação, Ciência e Inovação libertou uma verba de cerca de 10 milhões de euros para que as escolas fizessem a manutenção e adquirissem novos computadores e foram contratualizados aparelhos de 'hotspot' ('routers' portáteis) para todos os alunos que realizam as provas digitais e para cada sala de aula.
Duas greves marcam início das provas-ensaio
As provas-ensaio arrancam com duas greves, da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) e do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (Stop), às tarefas relacionadas com as provas-ensaio, que podem ir desde o trabalho de secretariado de exames, à vigilância ou classificação das provas.
Os sindicatos contestam a realização do novo modelo de avaliação externa, mas criticam também o recurso a bolsas solidárias de professores classificadores.
Questionado sobre as críticas, o secretário de Estado explicou que a opção segue a prática dos anos anteriores, mas adiantou, sem avançar detalhes, que a classificação das provas oficiais será feita de maneira diferente.
Os diretores mostram-se preocupados. Em declarações à SIC, Filinto Lima disse que "a greve pode prejudicar as provas de ensaio de acordo com o grau de adesão dos professores".
Depois das provas de Português, os alunos do 4.º ano serão chamados para demonstrar os seus conhecimentos de Inglês e os do 6.º de História e Geografia. Já na última semana de fevereiro, será a vez das provas-ensaio de Matemática.
As provas-ensaio, elaboradas pelo Instituto de Avaliação Educativa (IAVE), são obrigatórias e terão a duração de 45 minutos.
Apesar de não servirem para avaliação externa, as escolas poderão utilizar os resultados na avaliação interna dos alunos e, nesses casos, os resultados serão disponibilizados até ao final do mês de março.
Com Lusa