A Polícia de Segurança Pública (PSP) inicia esta segunda-feira ações de sensibilização junto de adolescentes do 3.º ciclo e secundário para alertar para o consumo de drogas, adição dos jogos e utilização de telemóveis e outros dispositivos eletrónicos.

Com o objetivo de "prevenir a criminalidade e delinquência, nomeadamente, o consumo de substâncias psicoativas e a perturbação de adição aos videojogos e à utilização de dispositivos eletrónicos", a operação "Vive na Real! -- Não na Dependência" realiza-se em todo o país durante as duas próximas semanas.

A polícia recorda o "evidente aumento da utilização da canábis" por parte da população em geral e uma maior procura de ecstasy e anfetaminas pelos mais novos. Além disso, nos últimos anos, há cada vez mais pessoas dependentes dos videojogos (gaming) e de outras plataformas do mundo virtual, que foram ganhando expressão durante a pandemia, em parte devido ao confinamento.

Dependência no gaming

A perturbação de adição aos videojogos já faz parte, desde 2018, da lista do Manual de Classificação Internacional de Doenças (ICD-11) daOrganização Mundial de Saúde (OMS).

Um estudo recente alertou para o perigo de jogos que "podem desencadear um comportamento aditivo no utilizador", acrescenta a PSP, dando como exemplo os jogos baseados no desenvolvimento de um personagem (conhecidos por RPG -- Role-Playing Game ou MMORPG - Massively Multiplayer Online Role-Playing Game).

Esta submissão manifesta-se de várias formas, desde o tempo excessivo a jogar até à prioridade crescente colocada nos videojogos em relação a outros interesses.

"41% dos jovens iniciaram a utilização da internet antes dos 10 anos"

O último estudo doInstituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências (ICAD), no qual participaram cerca de 11 mil alunos entre os 13 e os 18 anos, revelou que 30% passa pelo menos quatro horas por dia a jogar, quando não têm aulas, e que 39% joga pelo menos quatro dias por semana. Num outro estudo do ICAD, feito apenas com jovens de 18 anos, mostrou que a maioria (61%) usa, em média, a internet durante quatro horas ou mais por dia, sendo que 40% ultrapassam as cinco horas.

Os rapazes começam a usar a internet ligeiramente mais cedo, mas as raparigas despendem mais tempo em frente ao ecrã. No geral, "41% dos jovens iniciaram a utilização da internet antes dos 10 anos".

Perante este cenário, a PSP apela à comunicação de quaisquer situações relacionadas com adições nos mais jovens, em contexto escolar ou em qualquer outro tipo de ambiente.

Além disso, aPolícia de Segurança Públicarecorda que as equipas daEscola Segura estão disponíveis para desenvolver ações de sensibilização e acorrer a quaisquer pedidos de intervenção, que devem ser feitos de forma presencial ou através do canal escolasegura@psp.pt.