O Sindicato dos Jornalistas Palestinianos lamentou hoje a morte do jornalista Adam Zakaria Abu Harbi, após um bombardeamento, na quinta-feira, contra a tenda onde se encontrava alojado, em Gaza, segundo a agência de notícias Wafa.

O funeral do jornalista decorreu esta manhã, em Gaza, rodeado de colegas e familiares, entre lágrimas e pesar, mostram as imagens transmitidas pelos canais palestinianos.

"Este novo crime vem juntar-se à longa história da ocupação e de ataques a jornalistas e civis indefesos", refere o comunicado do sindicato.

Para a organização, o Governo israelita "procura ocultar a verdade e aterrorizar os media" com os seus atentados contra jornalistas, que já custaram a vida a mais de 200.

"No entanto, o sangue dos jornalistas martirizados continuará a ser um farol que ilumina o caminho da liberdade e da expressão honesta", acrescentou.

Os jornalistas de Gaza tornaram-se os únicos olhos e narradores da ofensiva israelita na Faixa de Gaza, que já matou mais de 59.100 pessoas e onde o governo de Benjamin Netanyahu proibiu a entrada da imprensa internacional desde outubro de 2023.

As agências noticiosas France Presse, Reuters e Associated Press, bem como a televisão pública britânica BBC, pediram na quinta-feira ao Governo israelita para permitir a entrada e saída de jornalistas em Gaza, perante as crescentes dificuldades de acesso.

"Instamos mais uma vez as autoridades israelitas a permitir que os jornalistas entrem e saiam de Gaza. É essencial que a população receba alimentos suficientes", afirmaram os meios de comunicação social num comunicado conjunto, manifestando a sua "preocupação desesperada" com os respetivos jornalistas destacados no enclave palestiniano, "cada vez mais incapazes de conseguir alimentos para si próprios e para as suas famílias".