O antigo primeiro-ministro José Sócrates acusa o Ministério Público de agir de forma diferente, consoante o partido que está no poder.

Num artigo de opinião publicado no Diário de Notícias, diz que o Ministério Público atua contra os governos do PS com “toda a violência” e contra os governos do PSD com “toda a compreensão”.

Sócrates escreve que o processos-crime que fez cair o governo de maioria absoluta de António Costa foi um “golpe perfeito” e que ainda hoje não se conhecem os fundamentos.

Compara com o caso de Luís Montenegro, acusando o atual primeiro-ministro de receber avenças de grupos privados quando já estava no cargo e criticando o Ministério Público por ainda não ter aberto nenhuma investigação.

Socrates diz ainda que são indecentes as tentativas de confundir a situação de Manuel Pinho com a de Luís Montenegro.

Explica que o seu ex-ministro recebeu pagamentos do BES referentes a trabalhos anteriores à entrada em funções públicas.

A polémica com a empresa da família de Montenegro

A atual crise política teve início em fevereiro com a publicação de uma notícia, pelo Correio da Manhã, sobre a empresa familiar de Luís Montenegro, Spinumviva, detida à altura pelos filhos e pela mulher, com quem é casado em comunhão de adquiridos.

A notícia levantou dúvidas sobre o cumprimento do regime de incompatibilidades e impedimentos dos titulares de cargos públicos e políticos.

Depois, o Expresso noticiou que a empresa Solverde pagava uma avença mensal de 4.500 euros à Spinumviva, - que passou apenas esta semana para os filhos Montenegro.