
1. Aquela noite com míssil de Galo
Em 20 jogos efetuados na Liga, Eduardo Quaresma só fez um golo, em contraste com Inácio, Fresneda (três golos cada) e até Diomande (dois). Mas o golo do jovem Edu, em certa medida, até pode ser visto como o golo do campeonato. Aconteceu graças àquele remate fenomenal que valeu a milagrosa vitória sobre o Gil Vicente nos últimos instantes de um duelo que quase dava... galo aos leões.
2. Trinta, Trincão e um furacão
Apenas dois jogadores conseguiram ultrapassar a barreira dos 30 jogos como titulares na Liga. O furacão Gyökeres confirmou-se ante o Vitória como um grande 31 (também) nesse particular, enquanto Francisco Trincão chegou ao 34.º desafio entre as escolhas iniciais, o que significa que nunca começou o campeonato no banco. Sim, Quenda fez o 34.º jogo, o oitavo como suplente...
3. Três treinadores e duas vidas sofridas
E... Ruben Amorim vai disputar a final da Liga Europa na qualidade de bicampeão e na qualidade de 16.º da Premier League. O Sporting começou com o técnico do United, Frederico Varandas passou a pasta a João Pereira e este entregou-a a Rui Borges. Os leões tiveram três treinadores e os dois primeiros acabaram por emigrar, com João também a lutar pela manutenção do Alanyaspor na Liga turca.
4. Era uma vez aquele sistema
Logo na indefinição tática do novo Sporting começaram os problemas para Bruno Lage, que “apadrinhou” a estreia de Rui Borges em Alvalade. Embalado pelo sucesso no Vitória, o transmontano começou com uma defesa a quatro, injetando confiança em Ivan Fresneda e Matheus Reis. Mas com a onda de lesões, o balneário votou o regresso ao 3-4-3 e Rui Borges disse logo que (o) sim é... sim.
5. Movidos pela força G
Muita gente falará dos Cinco Violinos por causa deste histórico bicampeonato mas a pontaria de mão cheia de Geny Catamo também merece uma referência especial. O moçambicano “só” marcou cinco golos na Liga e não precisou de mais (além das duas assistências) para se revelar decisivo. Ou os golos ao FC Porto, ao Benfica e ao Santa Clara não tiveram um peso es... penta... cular?
6. Tudo muito Zeno no meio-campo
O camisola 6 que se revelou o canivete belga de Rui Borges. Atormentado pelas lesões simultâneas de Bragança, João Simões, Pote e até Morita, o treinador lembrou-se do início de carreira de Zeno e resgatou-o para o meio-campo, onde o ex-Anderlecht brilhou com a sua técnica e a sua visão de jogo. Até na seleção da Bélgica já se pensa no Debast versão de leão, perito a bater... cantos e livres.
7. Escusado confundir alheiras com bugalhos
Nascido a 07 do 07 de 1981, Rui Borges é o artífice da conquista leonina. Sereno e quase sempre sensato nas palavras à comunicação social, o míster nascido em Mirandela só confundiu alheiras com bugalhos quando se envolveu em dispensáveis picardias com os visitantes César Peixoto e Luís Freire. Mas, no fim, as apimentadas receções a Gil Vicente e Vitória souberam-lhe muito bem.
8. Como se vice sempre o golo
É apenas mais um número que exemplifica a extraordinária influência de Viktor Gyökeres na produção ofensiva dos bicampeões nacionais. Além dos 39 golos apontados na Liga, o goleador sueco assinou oito assistências, o que fez dele o vice-rei nesse capítulo, apenas superado pelo visionário Trincão. Uma das oito assistências de Gyökeres, recorde-se, foi na Luz e para... Francisco Trincão.
9. Época de gala com baile de máscara
O nove, novamente. Após a tremenda época de estreia, Viktor Gyökeres conseguiu ainda fazer melhor em 2024-25, levando os leões às costas rumo ao bicampeonato. Claro que não escalou a montanha sozinho mas pela primeira vez na história o Sporting consegue um segundo campeonato (seguido) elegendo consecutivamente o melhor artilheiro da prova. Digno de um baile de máscara.
10. Um Marcus na gestão
A gestão de Marcus Edwards foi um dos primeiros desafios para Rui Borges, que optou por palavras de circunstância até ao regresso do camisola 10 a Inglaterra (acabou por subir à Premier League com o Burnley). Num mercado de inverno marcado pela sobriedade leonina, a perda do extremo... ex-Vitória não foi colmatada pela administração mas, como sempre, o treinador nunca se queixou.
11. Demolidora despedida na Pedreira
No mesmo palco em que o Benfica se despediu da possibilidade de vencer a Liga, o Sporting despediu-se de Ruben Amorim. Na 11.ª jornada, os leões jogaram na Pedreira naquela que seria a última valsa do novo treinador do United. Ao intervalo perdiam por 2-0 e a segunda parte foi épica, com direito a lágrimas. Quatro rugidos de leão selaram a reviravolta que não se despede da memória.