A exposição ao tabaco terá causado a morte de mais de 7 milhões de pessoas em todo o mundo, em 2023. A estimativa é feita pelo Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde da Universidade de Washington, que fala numa subida de 24,4% da taxa global de mortes.

As conclusõesforam apresentadasesta segunda-feira, na Conferência Mundial sobre o Controlo do Tabaco, em Dublin, na Irlanda.

“A exposição ao tabaco é um dos fatores de risco mais significativos identificados no estudo da Carga Global de Morbidade de 2023, contribuindo para aproximadamente uma em cada oito mortes em todo o mundo”, declarou Brooks Morgan, investigador do Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde, citado pelo jornal The Guardian.

O tabaco continua a ser o maior fator de risco para os homens. Houve 5,59 milhões depessoas do sexo masculino que morreram devido ao tabaco, no ano em causa. Já entre as mulheres, o tabaco é a sétima causa de morte – houve 1,77 milhões de mortes associadas ao fumo.

A maior subida do número de mortes causadas pelo tabaco registou-se no Egito, onde, entre 1990 e 2023, a taxa de mortalidade subiu 124,2%.

“Estas tendências expõem a necessidade urgente de acelerar a implementação mais forte de estratégias que reduzem o consumo de tabaco”, defendeu Brooks Morgan .

OMS exige aos países combate a cigarros e vapes

A Organização Mundial de Saúde instou os países a irem mais longeno combateao tabaco e a novos produtos de nicotina, como os vapes, aumentado os impostos sobre os mesmos e colocando imagens gráficas nas embalagens destes produtos.

“A indústria do tabaco continua a evoluir, impondo novos produtos dirigidos aos jovens e trabalhando para corroer os nossos progressos”, afirmou o diretor- geral Tedros Adhanom Ghebreyesus .

Cassandra Kelly-Cirino, diretora-executiva da União Internacional contra a Tuberculose e as Doenças Pulmonares, sublinha que o tabaco “continua a ser uma das mais devastadoras ameaças à saúde pública”.

“Não há tabaco saudável e falar em produtos de risco reduzido, frequentemente, é só conversa para aumentar os lucros da indústria. Temos de adotar uma abordagem de tolerância zero”, defendeu.