
A Câmara Municipal do Funchal (CMF) anunciou hoje os "dois vencedores da Bolsa de Criação Artística 2025 na área das artes performativas", um programa que "é a reafirmação do investimento estratégico na criação artística e cultural como um dos pilares de desenvolvimento sustentado e diferenciador da cidade, celebrando e reconhecendo a riqueza do tecido artístico que se expressou em 49 candidaturas submetidas e analisadas pelo júri", mas atribuída a dois artistas, Tales Frey e Francisco Andrade, que receberão, entre outros apoios, 5 mil euros para desenvolverem os seus projectos.
"O júri independente, convidado pela Câmara Municipal do Funchal, composto por José Luís Pimenta, Sabela Zamudio, Eduardo Luiz, Diomar Rocha e Luís Lobo Pimenta, deliberaram por maioria, a atribuição das bolsas, entre 20 candidaturas nesta área, a Tales Frey e Francisco Andrade", refere a autarquia.
"Tales Frey é artista transdisciplinar representado pela Galeria Verve de São Paulo e pela Shame Gallery de Bruuxelas na Bélgica. É pós-doutorando pelo Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho, onde é professor. Tem doutoramento em Estudos Teatrais e Performativos pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto", apresenta. "Apresentou criações autorais no 'The Kitchen' e na 'Judson Memorial Church' em Nova York, FILMIDEO no Index Art Center em New Jersey nos EUA, Musée Bargoin em Clermont-Ferrand na França, Athens Museum of Queer Arts em Atenas, entre outros".
E acrescenta: "O nome do projeto proposto é 'Vestíveis', sendo que a experiência artística (ainda inédita) é assumida como uma ação performática imersiva para ocorrer em espaço público, o traje funcionará como elemento central, explorando o corpo como suporte de identidade e transformação. Peças vestíveis serão confecionadas e experimentadas durante o período de residência, onde diferentes ações imersivas serão acionadas com habitantes e passantes do Funchal e, a partir das experiências, cada traje será moldado. A relevância dessa proposta se evidencia em diversos aspetos, tanto artísticos quanto sociais, culturais e educacionais."
Já o "madeirense Francisco Andrade foi o segundo classificado". E apresenta: "É um saxofonista com uma invulgar intensidade expressiva. Além de pedagogo, tem desenvolvido atividade musical em nome próprio. Participa em vários grupos, atravessando géneros sem medo, jazz em formato big band à world music, do dixieland ao funk e música experimental/improvisada. É músico instrumentista (saxofone tenor), compositor, fundador e diretor artístico da Orquestra de Jazz do Funchal e Presidente da Associação de Jazz da Madeira – Melro Preto."
Além disso, refere a CMF, Francisco Andrade "apresentou o projeto 'Machina Mundi-In – O som da contemporaneidade madeirense', um projeto de criação musical contemporânea que visa capturar a essência da vida madeirense através da linguagem musical. A iniciativa consiste na formação de um ensemble contemporâneo, reunindo compositores e intérpretes locais em residência artística para a criação de pequenas peças que refletem a contemporaneidade da ilha. As peças serão apresentadas em concertos e registadas para futuras edições digitais e físicas, garantindo a sua difusão e acessibilidade", conta.
No entanto, realça a CMF, "considerando que outros projetos apresentados apresentavam um valor extraordinário, o júri deliberou atribuir menções honrosas a José Gabriel Teixeira e Marco Santos", sendo que o primeiro "apresentou-se como um jovem músico e pedagogo cuja trajetória artística se distingue pela profundidade da formação, pela diversidade das experiências performativas e pelo compromisso constante com a excelência musical. Apresentou o projeto 'Percut: Uma História do Funchal, o Seu Património e a sua Arte' que representa uma fusão inovadora entre a música, história e tecnologia", enquanto o segundo "artista, criador e músico ativo há mais de 20 anos, tendo a bateria, percussão e composição como o seu instrumento principal. Apresentou o projeto 'Corpo que Habita o Funchal', como um projeto artístico e comunitário que emerge da criação 'Corpo no Tempo', estreado em 2024 na Casa da Música, no Porto".
De referir que, "com esta iniciativa das Bolsas de Criação Artística, o Funchal tem sido pioneiro na visão a longo prazo da diferenciação, projeção e promoção da sua marca de cidade de criação artística", autoelogia-se. "As Bolsas de Criação Artística da Câmara Municipal do Funchal organizam-se num modelo informado das melhores práticas internacionais, salvaguardando que cada bolseiro tem um apoio monetário, no valor de 5.000 euros, acesso ao Estúdio de Criação Artística e a apresentação do resultado da sua pesquisa. Tudo isto com investimento próprio da autarquia", conclui.