
Mais de três dezenas de farmacêuticas, incluindo a Pfizer PFE.N e AstraZeneca AZN.L, enviaram uma carta à Comissão Europeia a pedir ajuda para manter as operações na União Europeia, apesar das ameaças de tarifas dos Estados Unidos sobre as importações, adianta a agência Reuters.
O presidente dos EUA, Donald Trump, quer impor taxas alfandegárias sobre produtos farmacêuticos importados num "futuro próximo".
"Não fabricamos os nossos próprios medicamentos, os nossos próprios produtos farmacêuticos. Já não fabricamos os nossos próprios medicamentos. As empresas farmacêuticas estão na Irlanda e em muitos outros sítios, na China. E tudo o que tenho de fazer é impor uma tarifa. Quanto maior for, mais depressa se mudam para cá. É inversamente proporcional. Quanto maior for a tarifa, mais depressa elas vêm", afirma o chefe de Estado norte-americano.
Na carta enviada à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, as empresas farmacêuticas denunciaram desvantagens de custo na Europa em comparação aos Estados Unidos, onde os medicamentos são vendidos a preços que, em média, são o dobro de alguns países europeus.
As farmacêuticas pediram também ajuda à União Europeia para manter as operações na União Europeia e simplificar as regulamentações.
Na carta, lembram que durante uma década, a indústria "reembolsou integralmente o aumento de despesas vinculadas a medicamentos inovadores".
EUA e Europa: a relação
Na semana passada, empresas farmacêuticas europeias alertaram Ursula von der Leyen, numa reunião, que as tarifas dos EUA acelerariam a mudança da indústria para os Estados Unidos.
Os Estados Unidos são o maior mercado de vendas para grandes empresas farmacêuticas.
Gigantes farmacêuticas europeias têm expandido as instalações de produção nos Estados Unidos.