Esta agência publicou um relatório sobre a onda de detenções, nos últimos dias, de pessoas acusadas de espionagem ou de estarem ligadas aos serviços de espionagem israelitas (Mossad), entre as quais pelo menos dois europeus, e que classifica como "mercenários israelitas".

"Os mercenários, que operavam principalmente no contexto de redes de espionagem e sabotagem, foram identificados e detidos com base em relatórios públicos e operações dos serviços de informações", indicou a Fars.

Além disso, durante estes dias, as autoridades também realizaram rusgas a oficinas onde eram fabricados drones supostamente utilizados por Israel para realizar ataques e detiveram veículos que transportavam explosivos e outros tipos de materiais.

A República Islâmica do Irão foi acusada de usar presos, com dupla nacionalidade em particular, mas também de outros países, como medida de pressão ou para troca de prisioneiros com outros países, em ações que foram descritas por organizações de direitos humanos e outros países como a "diplomacia dos reféns" do Irão.

A organização não-governamental (ONG) Hrana, um grupo iraniano com sede nos Estados Unidos, afirmou que as forças de segurança iranianas detiveram, no âmbito dos ataques, pelo menos 286 cidadãos por expressarem opiniões e 537 por acusações relacionadas com a segurança, incluindo espionagem.

Além disso, a ONG Iran Human Rights (IHRNGO), com sede em Oslo, alertou na semana passada que as autoridades iranianas aumentaram as medidas repressivas desde o início dos ataques de Israel e que dois "presos políticos", Ali Younesi e Hamid Kashani, foram transferidos sem aviso prévio da prisão de Evin para um local desconhecido.

As detenções em massa foram relatadas em muitas províncias e afetam especialmente os afegãos residentes no Irão, de acordo com esta ONG, que destaca que tanto o Parlamento iraniano como as instituições judiciais exigiram sentenças mais duras nos casos relacionados com Israel e punições mais rápidas.

Israel iniciou a ofensiva militar contra o Irão na madrugada de 13 de junho com uma vaga de bombardeamentos contra instalações nucleares iranianas, uma campanha que se intensificou com ataques em diferentes pontos do país, incluindo a capital.

Por sua vez, o Irão respondeu com mísseis balísticos e drones contra alvos sobretudo no centro e norte de Israel.

Os ataques de Israel foram justificados com a obtenção iminente de uma arma nuclear, o que é refutado por Teerão.

Na madrugada de domingo, os Estados Unidos bombardearam igualmente instalações nucleares iranianas, antes de o Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciar o cessar-fogo.

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