O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou hoje que os ataques russos lançados na última noite contra várias regiões ucranianas "não podem ficar sem resposta", aludindo ao papel dos drones de Kiev de longo alcance.

"Durante a noite, os russos lançaram um ataque combinado com mísseis, particularmente mísseis balísticos, e drones. O ataque teve como alvo a linha Sumi-Kharkiv-Dnipropetrovsk", disse numa mensagem nas redes sociais, acrescentando que os "ataques não podem ficar sem resposta, e os drones ucranianos de longo alcance garantem essa resposta".

Zelensky salientou que "as empresas militares russas, a logística russa e os aeródromos russos devem sentir que a guerra russa tem consequências reais".

"A precisão dos nossos drones e a natureza diária das respostas da Ucrânia são alguns dos argumentos que, sem dúvida, aproximarão a paz", frisou.

O maior desafio que a Ucrânia enfrenta atualmente é proteger-se dos drones lançados por Moscovo -- 'Shaheds', de 'design' iraniano.

Pintados de preto para reduzir a sua visibilidade noturna e misturando-se com outros drones não explosivos para confundir as defesas ucranianas, os 'Shaheds' estão equipados com sistemas anti-interferência eficazes e voam agora a altitudes mais elevadas, atingindo por vezes os cinco quilómetros.

Isto torna-os, até descerem em direção ao alvo, inalcançáveis para as armas de pequeno porte que antes eram suficientes para os derrubar.

Um dos atores envolvidos na mobilização de recursos para sistematizar a utilização de intercetores é a Fundação Serhiy Prytula, a entidade privada mais eficaz na doação de aeronaves não tripuladas ao Exército Ucraniano.

O chefe do departamento de sistemas não tripulados da fundação, Kirilo Liukov, explicou à agência EFE que serão angariados fundos para fabricar drones intercetores para abater aeronaves de reconhecimento russas.

Ataques lançados pelas forças da Rússia durante a noite contra várias regiões da Ucrânia mataram pelo menos uma pessoa em Dnipro, no leste do país, disseram hoje as autoridades ucranianas.

"A morte de uma pessoa foi confirmada" num "arranha-céus de luxo", anunciou o presidente da Câmara de Dnipro, na plataforma de mensagens Telegram.

Borys Filatov lamentou a "falta de abrigos" e pediu à população que não "permanecesse em andares altos" durante os bombardeamentos russos.

O governador da região de Kharkiv (nordeste), Oleh Syniehoubov, registou três feridos num bombardeamento contra a cidade de Zmiiv.

Também hoje, o presidente da Câmara de Kharkiv, Igor Terekhov, tinha dito no Telegram que a cidade tinha sido "alvo de um ataque combinado durante quase três horas".

"O inimigo usou vários tipos de armas em simultâneo --- bombas guiadas, mísseis balísticos e drones suicidas", acrescentou.

Em Zaporizhzhia (sul), foram registados vários incêndios após ataques russos, sendo que um deles atingiu um edifício residencial, sem causar vítimas, de acordo com relatos iniciais, disse o governador da região, Ivan Fedorov.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, numa nova fase da guerra que começou em 2014, com a anexação da península ucraniana da Crimeia pelos russos.